quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Relembrando um Clássico: Policial pede sexo oral como propina

Agente da delegacia da Pavuna teria feito proposta a uma mulher, em troca de arquivar inquérito em que ela está indiciada por furto

Rio - O policial civil W., lotado na 39ª DP (Pavuna), é suspeito de ter pedido ‘propina’ inusitada, dentro da delegacia em que trabalha, a uma mulher acusada de furto. A estudante de Direito J.M.S., 34 anos, gravou com aparelho de MP4 a conversa, em que W. teria pedido que ela fizesse sexo oral em troca de arquivar o caso. 

Revoltada e humilhada, J. entregou a gravação à Corregedoria de Polícia Civil, onde foi aberto procedimento para investigar a conduta do policial, que está afastado do serviço. A gravação está sendo periciada para comprovar se a voz é do policial W. A vítima, J., responde a mais de 20 procedimentos na polícia.

Junto com o pai, J. foi acusada, em maio, de ter furtado alguns objetos da casa de seu irmão, um PM do Batalhão de Operações Especiais assassinado em dezembro no Morro do Chaves. O furto teria ocorrido após a morte do rapaz, e a denúncia foi feita pela viúva. J. e o pai acabaram indiciados na 39ª DP, onde compareceram três vezes. Em todas as ocasiões, a mulher teria levado ‘cantadas’ do policial. 

“Me senti o pior dos seres humanos. Fui humilhada por um homem que sabia do meu sofrimento pela morte do meu irmão. Fazer uma proposta dessas dentro de uma delegacia! É revoltante!”, dispara. Segundo J., o policial argumentara que ela gastaria cerca de R$ 3 mil com um advogado. Para convencê-la a praticar o ato, W. revelou que o sexo oral era o seu ponto fraco. 

Segundo o diretor do Departamento de Polícia da Capital, Ronaldo Oliveira, o inquérito na Corregedoria ainda está em fase de apuração. “Caso fique comprovada a participação desse policial, poderá ser demitido ou sofrer sanções”, disse.

Proposta indecorosa

Após prestar depoimento, a estudante de Direito J.M.S. fica sozinha com o policial W. numa sala da 39ª DP (Pavuna). A partir desse momento, o agente inicia o assédio. Acompanhe a transcrição do áudio. Ouça:

POLICIAL: Então, eu mereço ou não mereço?
J.M.S: Merece o quê?
POLICIAL: Você sabe... Eu mereço ou não? Olha a defesa que fiz pra você.
J.M.S: Merece o quê?
POLICIAL: Um b... (sexo oral)
J.M.S: Como você pode ter coragem de fazer isso no seu local de trabalho?
POLICIAL: Qual é o problema?
J.M.S: Não sei como você pode ter coragem!
POLICIAL: A porta está trancada. Não tem qualquer problema. Nessa sala só estamos eu e você. Ninguém vai entrar.
Reportagem de Leslie Leitão e Thiago Feres

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