terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Até que ponto policiais do Rio estão envolvidos e contaminados pelo crime?

Milton Corrêa da Costa
Em tempos, jamais vistos, onde um tenente-coronel e um tenente da PM do Rio, dois dos 11 acusados da covarde e brutal morte da juíza Patrícia Acioly, estão sendo encaminhados, por determinação judicial, à penitenciárias de segurança máxima, fora das divisas do Estado, mais um lamentável e degradante fato envolve policiais no Rio de Janeiro.
Na terça-feira, 13 agentes do estado, sendo 11 policiais militares e dois civis, foram presos, após longo trabalho de investigação da Subsecretaria de Inteligência da Secretaria de Segurança, sob a acusação de venda de armas e drogas – algumas apreendidas em operações clandestinas – para o próprio tráfico. Ou seja, forneciam, em troca da propina, armas ao inimigo traficante para matassem e ferissem os próprios companheiros de profissão durante as incursões policiais legais.
Estarrece também o fato de que os ‘bandidos policiais’ faziam uso de informantes para que indicassem o local de esconderijo dos materiais do crime e, no caso dos policiais militares, pagariam propina (R$ 50,00) a oficiais de serviço para que fossem liberados de seus postos, além de certa quantia, entregue junto à reserva de armamento, para que pudessem permanecer com as armas da corporação enquanto fossem, ‘presumivelmente imunes à suspeitas’, delinquir da forma como melhor lhes conviessse. É o que se pode chamar de conluio quase que perfeito entre agentes do estado para a prática ‘oficializada’ de crime. Inacreditável e preocupante, uma vez que envolve policiais de diferentes regiões e unidades policiais, fato que pode demonstrar o grau de extensão (alastramento) da contaminação do crime envolvendo o aparelho policial do Estado.
Se somarmos o presente e lamentável fato a outros recentemente ocorridos, que envolvem policiais do Rio, a exemplo do policial militar (alega em sua defesa encontrar-se em estado etílico) acusado de assalto à mão armada no centro do Rio, acrescido ao caso do capitão agressor, no interior de uma boate da Ilha do Governador, e do desaparecimento de um cidadão na Cidade de Deus, onde dois PMs de uma guarnição policial são os principais suspeitos, além da execução sumária (três tiros de fuzil) de um eletricista na Baixada Fluminense (o corpo carbonizado e o carro incendiado apareceram posteriormente), onde são acusados dois policiais de serviço ( um deles foi o autor dos disparos), chegamos à conclusão que há algo de muito podre no ‘Reino da Dinamarca’.
Ainda que tais fatos, estatisticamente, envolvam uma minoria de agentes do estado, num efetivo ativo de aproximadamente 60 mil homens entre policiais civis e militares e somente a PM, neste ano, já excluiu 143 policiais ( a previsão até o final do ano pode chegar a 170), o dobro do número de excluídos em 2010 (85), tais fatos são extremamente preocupantes para os que detêm as funções de comando e direção no organismo policial do Rio.
Até que ponto agentes do estado, que têm a missão de defesa da sociedade, estão envolvidos com o crime? Qual é o grau de contaminação real da polícia do Rio com o banditismo? O que leva um oficial, com a patente de capitão, como no caso da boate da Ilha do Governador, com curso de formação de três anos, doutrinado para as funções de comando e liderança, para dar o exemplo, comportar-se prepotentemente, como autêntico vândalo, num ato de extrema covardia contra um jovem caído e indefeso, como mostram as câmeras de circuito interno, onde os agressores parecem ter a convicção da lei do mais forte, da supremacia da carteira policial e da impunidade? E o processo de formação do policial militar? Tem falhado em que aspectos?
Não há dúvida, pois, da necessidade premente de especialistas do tema repensarem a abordagem sobre os fatores comportamentais que conduzem o homem-policial a ser dominado pela fraqueza moral, pelo desvio de conduta, pelo desequilíbrio e pela agressividade extrema. Há perguntas que precisam se respondidas antes que seja tarde e a rotina do mau comportamento e do mau exemplo se alastre ainda mais.
Que perfil profissiográfico desejamos para o profissional de polícia? Que tipo de abordagem psicopedagógica (que idéia-força; que valores) deve ser empregada nos cursos de formação e aperfeiçoamento de policiais que possam introjetar no profissional de polícia a necessidade do comportamento moral e ético ilibados, tornando o homem cada vez mais imune à fraqueza moral da corrupção e de outros desvios de conduta? É possível, através de estratégia pedagógica específica, alcançar tal objetivo?
É o que o comando das polícias e os estudiosos e profissionais do ramo do estudo da psicologia e da pedagogia precisam descobrir. A sociedade quer e precisa acreditar na sua polícia, mormente num momento tão promissor para o Rio com o inovador e criativo modelo das Unidades de Polícia Pacificadora. O processo de contaminação da polícia do Rio preocupa sobremodo e deve ser estudado. Com a palavra os ‘policiólogos’ de plantão.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

PF investiga policiais paulistas. Parte das autoridades convive com a criminalidade

Em matéria de capa, o jornal Folha de S.Paulo informa da suspeita da Polícia Federal com relação a policiais civis lotados nas delegacias de narcóticos (Denarc) e de investigações criminais (Deic). Esses policiais, segundo a matéria, estariam extorquindo traficantes internacionais com atuação em São Paulo, e deles já obtiveram, indevidamente, R$ 3 milhões.
Caso se confirmem as suspeitas, o fato não representa novidade em São Paulo.
O antigo operador em São Paulo do colombiano e potente Cartel do Cale Norte, Juan Carlos Ramirez Abadia, só foi preso por exigência da agência norte-americana Drug Enforcement Administration (DEA). Ele passou anos sem ser molestado e a corromper autoridades.
Quando preso, Abadia declarou que o combate ao narcotráfico em São Paulo só teria seriedade quando o governo do Estado fechasse o Denarc para balanço. Como se sabe, Abadia foi rapidamente entregue aos EUA, sem tempo para indicar os corruptos do Denarc. Com a sua expulsão e entrega à DEA, a apuração morreu. Só para lembrar, a  DEA só revelou onde se encontrava Abadia em São Paulo depois de fechado um acordo informal de que seria rapidamente expulso do Brasil e entregue aos EUA.
Quando da Conferência sobre Crime Organizado realizada em 1994  pelas Naçõe Unidas em Nápolis, o então secretário-geral da ONU observou: “A criminalidade organizada coexiste com o Estado. E parte das autoridades convive com a criminalidade”.
Não precisa ser especialista para saber  do poder corruptor planetário da criminalidade organizada de matriz mafiosa: no planeta, as apreensões de drogas pelas forças de ordem  estão estimadas entre 3% e 5% do ofertado no mercado. Na realidade, nada.
Três dias atrás, logrou-se prender o chefão-camorrista do clã da cidade de Casal di Principe. O “boss” camorrista Michele Zagaria, 53 anos, ficou 15 anos foragido da Justiça e da polícia, sem nunca ter saído de Casal di Príncipe. Por evidente, usava do poder corruptor e da intimidação geradora da denominada “lei do silêncio”.
Vamos aguardar pela conclusão da investigação da Polícia Federal e a eventual expulsão de agentes que extorquiam traficantes internacionais.
Um filósofo italiano contemporâneo observou, com inteiro acerto: “A corrupção é crime gravíssimo porque priva de legitimação as instituições democráticas”.
Wálter Fanganiello Maierovitch

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Treze policiais que revendiam armas a traficantes detidos em operação no Rio de Janeiro

Uma operação da Polícia Federal brasileira iniciada esta madrugada, no Rio de Janeiro, levou à detenção até ao momento de 18 pessoas, das quais 11 polícias militares e dois polícias civis, informou a Secretaria de Segurança do Estado.
A operação tem como objectivo desarticular dois grupos formados por polícias que revendiam a traficantes armamentos apreendidos em incursões da própria polícia em favelas do Rio de Janeiro.
De acordo com a Secretaria de Segurança, as investigações mostraram que as armas apreendidas eram revendidas para criminosos da favela do Jacarezinho, na zona norte do Rio de Janeiro.
Um ex-militar do Exército, identificado como Asdrúbal Bacon Dias Marques Júnior, foi apontado como o chefe das negociações entre os traficantes e os polícias alegadamente corruptos.
Ao longo das investigações, outras dez pessoas foram detidas em flagrante por porte ilegal de arma de fogo, munição e tráfico de droga.
Entre os detidos, figura ainda o ex-chefe de segurança da Câmara de Vereadores da cidade de Niterói, na região metropolitana do Rio de Janeiro.

Até que ponto policiais do Rio estão envolvidos e contaminados pelo crime?

Milton Corrêa da Costa
Em tempos, jamais vistos, onde um tenente-coronel e um tenente da PM do Rio, dois dos 11 acusados da covarde e brutal morte da juíza Patrícia Acioly, estão sendo encaminhados, por determinação judicial, à penitenciárias de segurança máxima, fora das divisas do Estado, mais um lamentável e degradante fato envolve policiais no Rio de Janeiro.
Na terça-feira, 13 agentes do estado, sendo 11 policiais militares e dois civis, foram presos, após longo trabalho de investigação da Subsecretaria de Inteligência da Secretaria de Segurança, sob a acusação de venda de armas e drogas – algumas apreendidas em operações clandestinas – para o próprio tráfico. Ou seja, forneciam, em troca da propina, armas ao inimigo traficante para matassem e ferissem os próprios companheiros de profissão durante as incursões policiais legais.
Estarrece também o fato de que os ‘bandidos policiais’ faziam uso de informantes para que indicassem o local de esconderijo dos materiais do crime e, no caso dos policiais militares, pagariam propina (R$ 50,00) a oficiais de serviço para que fossem liberados de seus postos, além de certa quantia, entregue junto à reserva de armamento, para que pudessem permanecer com as armas da corporação enquanto fossem, ‘presumivelmente imunes à suspeitas’, delinquir da forma como melhor lhes conviessse. É o que se pode chamar de conluio quase que perfeito entre agentes do estado para a prática ‘oficializada’ de crime. Inacreditável e preocupante, uma vez que envolve policiais de diferentes regiões e unidades policiais, fato que pode demonstrar o grau de extensão (alastramento) da contaminação do crime envolvendo o aparelho policial do Estado.
Se somarmos o presente e lamentável fato a outros recentemente ocorridos, que envolvem policiais do Rio, a exemplo do policial militar (alega em sua defesa encontrar-se em estado etílico) acusado de assalto à mão armada no centro do Rio, acrescido ao caso do capitão agressor, no interior de uma boate da Ilha do Governador, e do desaparecimento de um cidadão na Cidade de Deus, onde dois PMs de uma guarnição policial são os principais suspeitos, além da execução sumária (três tiros de fuzil) de um eletricista na Baixada Fluminense (o corpo carbonizado e o carro incendiado apareceram posteriormente), onde são acusados dois policiais de serviço ( um deles foi o autor dos disparos), chegamos à conclusão que há algo de muito podre no ‘Reino da Dinamarca’.
Ainda que tais fatos, estatisticamente, envolvam uma minoria de agentes do estado, num efetivo ativo de aproximadamente 60 mil homens entre policiais civis e militares e somente a PM, neste ano, já excluiu 143 policiais ( a previsão até o final do ano pode chegar a 170), o dobro do número de excluídos em 2010 (85), tais fatos são extremamente preocupantes para os que detêm as funções de comando e direção no organismo policial do Rio.
Até que ponto agentes do estado, que têm a missão de defesa da sociedade, estão envolvidos com o crime? Qual é o grau de contaminação real da polícia do Rio com o banditismo? O que leva um oficial, com a patente de capitão, como no caso da boate da Ilha do Governador, com curso de formação de três anos, doutrinado para as funções de comando e liderança, para dar o exemplo, comportar-se prepotentemente, como autêntico vândalo, num ato de extrema covardia contra um jovem caído e indefeso, como mostram as câmeras de circuito interno, onde os agressores parecem ter a convicção da lei do mais forte, da supremacia da carteira policial e da impunidade? E o processo de formação do policial militar? Tem falhado em que aspectos?
Não há dúvida, pois, da necessidade premente de especialistas do tema repensarem a abordagem sobre os fatores comportamentais que conduzem o homem-policial a ser dominado pela fraqueza moral, pelo desvio de conduta, pelo desequilíbrio e pela agressividade extrema. Há perguntas que precisam se respondidas antes que seja tarde e a rotina do mau comportamento e do mau exemplo se alastre ainda mais.
Que perfil profissiográfico desejamos para o profissional de polícia? Que tipo de abordagem psicopedagógica (que idéia-força; que valores) deve ser empregada nos cursos de formação e aperfeiçoamento de policiais que possam introjetar no profissional de polícia a necessidade do comportamento moral e ético ilibados, tornando o homem cada vez mais imune à fraqueza moral da corrupção e de outros desvios de conduta? É possível, através de estratégia pedagógica específica, alcançar tal objetivo?
É o que o comando das polícias e os estudiosos e profissionais do ramo do estudo da psicologia e da pedagogia precisam descobrir. A sociedade quer e precisa acreditar na sua polícia, mormente num momento tão promissor para o Rio com o inovador e criativo modelo das Unidades de Polícia Pacificadora. O processo de contaminação da polícia do Rio preocupa sobremodo e deve ser estudado. Com a palavra os ‘policiólogos’ de plantão.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Agentes penitenciários são presos tentando levar drogas para o Complexo Penitenciário de Bangu

POR MARCELLO VICTOR - http://odia.ig.com.br
Rio - Agentes da Superintendência de Inteligência do Sistema Penitenciário (Sispen) da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) em conjunto com o Ministério Publico da 21ª Promotoria de Investigação Penal (PIP) prenderam quatro pessoas e apreenderam grande quantidade de drogas na Vila Kennedy, Zona Oeste, na madrugada desta quarta-feira. Entre os presos estão dois inspetores penitenciários da própria Seap. O material seria uma entrega que entraria durante o dia no Complexo Penitenciário de Bangu.
Foto: Divulgação
Foto: Divulgação
As prisões ocorreram após investigação dos dois órgãos que apurava o envolvimento de inspetores penitenciários com o tráfico de drogas. Os agentes da Seap receberam a informação de que os colegas Raphael Alves Teixeira e Leonardo Gomes de Pinho Dias estariam por volta de meia-noite em um carro preto na Vila Kennedy.
Na Rua Cupertino Marques, na Favela da Metral, eles conseguiram prender Viviane Santos Gonçalves da Silva e Paulo Marcos Almeida de Castro, no Focus preto placa DPR-3822. Os dois inspetores também foram presos no local. Houve troca de tiros. Policiais do Posto de Policiamento Comunitário (PPC) da Vila Kennedy deram apoio aos agentes.
Foram apreendidos cerca de 70 quilos de cocaína e 10 de maconha, 382 chips de telefones celulares e vários aparelhos, aparelhos de DVD e de video games, CDs de jogos eletrônicos, material para refino e endolação de drogas e uma balança de precisão, além de uma pistola calibre 45 com 22 munições intactas. A 'encomenda' seria entregue a presos de Bangu.
Foto: Osvaldo Praddo / Agência O Dia
Foto: Osvaldo Praddo / Agência O Dia
De acordo com os agentes, as investigações sobre a participação dos inspetores da Seap foi comprovada através de escutas telefônicas autorizadas pela justiça e de gravações. A entrada do material apreendido no presídio envolveria também um esquema de corrupção que está sendo investigado.
Segundo o delegado adjunto da 33ª DP (Realengo), central de flagrantes da região, Luís Henrique Cruz, os presos foram autuados por tráfico de drogas e associação para o tráfico de drogas. A pena máxima para o primeiro crime é de 15 anos de prisão.
O secretário da Seap, coronel César Rubens Monteiro de Carvalho, concederá uma entrevista coletiva nesta quarta-feira para dar mais detalhes sobre as investigações e a operação.

sábado, 26 de novembro de 2011

Como realizar escutas e gravações e denunciar corruptos


Abaixo listo diversos sites que oferecem dicas e equipamentos os mais variados para a realização de gravações, filmagens e escutas. Faça a sua parte denunciando toda forma de corrupção e desvio de função. Funcionário público que se corrompe lesa a pátria, e é como um traidor de todo um povo.

Celulares, botões, relógio e outros objetos espiõeshttp://www.espiaosip.com.br/
Equipamentos diversos de escuta e espionagem http://www.equipamentosespionagem.org/


Leia este artigo, As provas obtidas com violação da intimidade e sua utilização no Processo Penal 
Independente de tais provas serem aceitas em decisões legais da Justiça, elas podem ser divulgadas para a imprensa ou de forma anônima na internet. Operações podem ser comprometidas de todas as maneiras, e os órgãos competentes passarão a dar atenção ao caso alardeado, e à pessoas envolvidas.

domingo, 20 de novembro de 2011

Operação da PF prende 29 policiais no Paraná

Credito:  Gazeta do Povo
Operação prende 29 policiais no PR

Ação da PF combate uma organização criminosa de contrabando na fronteira. Mandados foram cumpridos também em Faxinal e Lunardelli


Pelo menos 69 pessoas, sendo 29 policiais civis e militares, foram presos ontem em uma grande operação da Polícia Federal deflagrada em seis estados, mas com concentração no Paraná. O objetivo da corporação era combater uma organização criminosa especialista em contrabando de cigarros e veículos que atuava principalmente na região da fronteira, notadamente no município de Guaíra. Houve prisões não confirmadas nos municípios de Faxinal e Lidianópolis.


Até o fechamento desta edição, os números ainda não tinham sido consolidados pela PF, que só deve apresentar o balanço final da Operação Láparos hoje.


Foram expedidos pela Justiça Federal 150 mandados de busca e apreensão e 108 de prisão preventiva. Até as 18 horas de ontem, foram registradas 36 prisões em Guaíra, 5 em Londrina, 8 em Maringá, 3 em Foz do Iguaçu e 17 em Cascavel.

domingo, 6 de novembro de 2011

Ameaças a Freixo não têm solução, diz ex-secretário de Segurança


O deputado estadual Marcelo Freixo (Psol-RJ) vai para a Europa após receber diversas ameaças de morte. Foto: Divulgação
O deputado estadual Marcelo Freixo (Psol-RJ) vai para a Europa após receber diversas ameaças de morte

MAURICIO TONETTO - 
http://noticias.terra.com.br
O ex-secretário nacional de Segurança Pública (2003) e coordenador de Segurança, Justiça e Cidadania do Rio de Janeiro (1999) Luiz Eduardo Soares é amigo do deputado estadual Marcelo Freixo (Psol-RJ). Além de atuarem em áreas semelhantes, eles compartilham também a pressão de viver sob intimidação e a difícil rotina de não saber o que pode acontecer. Nesta terça-feira, Freixo deixa o País, a convite da Anistia Internacional, após receber diversas ameaças de morte. Para Soares, que também teve de se exilar, esta saída do parlamentar é "muito oportuna". Porém, ele não vislumbra uma solução para o problema.
"A questão individual do Marcelo não tem solução. Ele deve apenas tentar se proteger. Eles (criminosos) aproveitam a fragilidade da segurança para agir e ninguém sabe os detalhes, não existe uma forma de mensurar os riscos. O que nós precisamos é mudar as polícias do Rio profundamente. Você vê que o problema está retornando, pois a fonte da corrupção policial, com essa estrutura, é inesgotável", disse ele.
Soares é pós-doutor em filosofia política e, durante o governo de Anthony Garotinho (então no PDT), se destacou no combate ao crime organizado dentro das polícias cariocas. Isso lhe rendeu uma série de ameaças e, após oito meses dentro do governo, foi exonerado em 2000 por Garotinho por adotar uma "posição radical" em relação à corrupção institucional da polícia. Segundo ele, com o fim da escolta particular, um exílio forçado se fez necessário.
"Sair costuma ser muito bom para dar uma relaxada, o nível de tensão é muito alto. É um descanso e também uma forma de esvaziar um pouco a pressão que os grupos fazem. As ameaças cumprem um objetivo. Mesmo não se consumando a morte, elas conseguem acuar e chantagear, deixando a pessoa intranquila e fazendo com que ela reduza um pouco sua circulação pela cidade e sua atuação", pondera.
Milícias 'enterraram' Soares diversas vezes
Quando trabalhava contra as milícias, Luiz Eduardo Soares e sua família viviam, como ele define, em uma "prisão", pois eram escoltados permanentemente. "Eles agiam como terroristas, matando algumas pessoas em assaltos que não existiam. Ligavam para a minha casa de madrugada e, quando eu não estava, falavam com a minha família e convidavam para o meu sepultamento, dizendo como eu tinha morrido. Passavam para a imprensa a notícia de minha morte ou de que eu havia acabo de sofrer um atentado", relata ele.

Soares ficou realmente preocupado quando descobriu um plano para sequestrar suas filhas e acabou indo embora para os Estados Unidos, retornando depois para Porto Alegre (RS) e se estabelecendo novamente no Rio de Janeiro em 2002. Apesar de sofrer algumas ameaças, ele considera hoje a situação tranquila.
Pressão política na prefeitura
O deputado Marcelo Freixo deve retornar ao Rio de Janeiro em dezembro e é cotado para concorrer ao cargo de prefeito da cidade em 2012. De acordo com Luiz Eduardo Soares, seria fundamental para o Rio ter um administrador combativo. "A sociedade tem vontade de mudanças, mas os governantes não têm sido capazes de enfrentar esse desafio. Porém, uma coisa é ameaçar um deputado, e outra é ameaçar o prefeito da segunda cidade mais importante do País. A luta que ele trava, que foi a minha luta, ganha um outro patamar se ele obtiver mais poder político", ressaltou.

Freixo foi o personagem Diogo Fraga no livro Elite da Tropa 2, escrito por Soares, que originou o filme Tropa de Elite 2, de José Padilha. No longa, Fraga é defensor dos direitos humanos e participa numa cena negociando com presos durante uma rebelião numa cadeia de segurança máxima do Rio de Janeiro. Os dois conversam frequentamente e Freixo foi aconselhado pelo ex-secretário a deixar o País.
CPI das Milícias
Em 2008, a CPI das Milícias da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, coordenada por Marcelo Freixo, investigou a atuação de policiais corruptos no Estado. Mais de 200 pessoas, entre efetivos da Polícia Militar, Polícia Civil, Bombeiros e políticos locais foram indiciados.

domingo, 30 de outubro de 2011

Operação prende 23 policiais militares por corrupção em MS

Detalhes de como funcionava o esquema foram explicadas pelo Gaeco em entrevista coletiva (Foto: João Garrigó)
Apontados como parte de uma quadrilha que facilitava o contrabando de mercadorias, 23 policiais militares foram presos em Mato Grosso do Sul. Dois continuam foragidos.
Oito PMs foram presos na operação Holambra, na segunda-feira, com outras 13 pessoas. Em continuidade, teve início à operação "Fumus Malus" (Fumo do Mal) responsável pela prisão dos outros policiais.
Nas duas operações, foram cumpridos 31 mandatos de prisão. Cinco pessoas estão foragidas. Os PMs suspeitos estão no Presídio Militar de Campo Grande.
Todos os policiais envolvidos são do 12º Pelotão da Polícia Militar de Naviraí. Não está descartada a possibilidade de envolvimento de mais policiais e nem de oficiais.
Além dessas prisões, foram cumpridos 60 mandados de busca e apreensão domiciliar. Veículos usados no contrabando foram apreendidos, contas bancárias sequestradas.
A operação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) foi feita em parceria com a Polícia Federal, Receita Federal e a própria Polícia Militar.
Em entrevista coletiva nesta quarta-feira, no MPE (Ministério Público Estadual), a promotora do Gaeco Jiskia Sandri Trentin explicou como funcionava o esquema em que policiais militares recebiam propina para facilitar o contrabando.
Os policiais corruptos atuavam em dois grupos, em Sidrolândia. Um cuidava só de contrabando de cigarro. O outro, de outros tipos de contrabando, como pneus e roupas falsificadas. Todas as mercadorias vinham ilegalmente do Paraguai.
As propinas não seguiam uma tabela e oscilavam muito conforme o policial corrupto. Alguns corruptores eram mensalistas, outros negociavam de acordo com a quantidade e tipo de carga que iria passar pela fiscalização.
No trecho da fronteira a Campo Grande, o contrabando era feito em carros de passeio. Os contrabandistas contavam com olheiros com a missão de ver quem estava no posto e verificar se era o policial corrupto. Na Capital, a mercadoria passava para carretas e o carregamento seguia para estados vizinhos.
Já na Região Sul do Estado, além de receberem propinas, os policiais também estorquiam os contrabandistas exigindo o pagamento para a liberação de carregamentos retidos.
Há ainda a suspeita de que um PM agia como batedor e que outro também fazia contrabando de mercadorias vindas do Paraguai.
O Gaeco acredita que os contrabandistas agiam há seis ou sete anos, mas as investigações só começaram há um ano, a partir de denúncias feitas por duas adolescentes na região Sul do Estado.
Em Sidrolândia, a denúncia encaminhada ao Gaeco foi feita há nove meses pela promotora de Justiça Paula Volpe.
O Gaeco ainda apura o volume de contrabando que deu entrada no País por meio do esquema e o aumento de patrimônio dos policiais. Não há estimativa de quanto foi perdido de arrecadação com os crimes.
A Receita acredita que R$ 3 bilhões deixam de ser arrecadados no País por conta de contrabandos.
A promotora Jiskia Sandri Trentin acredita que com as prisões dos PMs haverá uma queda no contrabando porque "tiraram policiais corruptos e colocaram gente honesta que não vai permitir essa situação".
"Eles eram agentes públicos que não tinham a menor condição de servir a população", afirmou. "O contrabando é tão forte e tão peculiar em razão da conivência de agentes públicos que recebem propina", resumiu a promotora.
Além de Mato Grosso do Sul, a operação contra o contrabando foi feita em Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Pernambuco, Goiás e Amapá por determinação do Conselho Nacional dos Procuradores de Justiça.
Os policiais vão ser denunciados por corrupção passiva, concussão e formação de quadrilha. As investigações deverão ser concluídas em um período de 15 a 30 dias.
Comandante da PM, Coronel Carlos Alberto David dos Santos afirmou que todos os policiais presos serão avaliados pelo conselho de disciplina para verificar se têm ou não condições de continuar na corporação.
Ele afirmou que em 30 dias será apurada a participação dos PMs, mas já garante que "se o policial tiver participação nos crimes será excluído".

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Dicas para combater a corrupção policial - Vamos ajudar a limpar a PM dos maus policiais


Não será novidade se a Corregedoria da PM também for corrupta, mas não custa fazermos a nossa parte. 

“Por mais certo que esteja o sujeito ninguém gosta de ser abordado pela polícia, instado a se identificar e provar que é trabalhador e não tem qualquer conexão com o crime ou a prática de infração de trânsito. É da natureza do ser humano não querer ser alvo do controle e da suspeição de ninguém. Mas agora, com o novo comando da Polícia Militar do Rio, chegou a vez de os próprios policiais ficarem no lugar de quem é vigiado. Vão passar de caçadores a caça. Vai ser PM dando blitz em PM. A medida foi anunciada ontem pelo novo comandante-geral da PM, coronel Erir Costa Filho, que tem carta branca do secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, para dar um choque de ordem na Polícia Militar. A Corregedoria da PM vai dar incertas nas ruas para ver como estão se comportando os policiais. O melhor de tudo é que o coronel Costa Filho — um oficial com ficha-limpa, do tipo Omo total — promete que agora o controle será de cima pra baixo.
Ttudo indica que acabou a era de compadrio na PM — que foi estimulada pelo ex-comandante, coronel Mário Sérgio, a ponto de ter mantido na cúpula um tenente-coronel acusado de ser o mentor do assassinato da juíza Patrícia Acioli. O relatório do inquérito da Divisão de Homicídios sobre o crime, concluído ontem, diz com todas as letras que o tenente-coronel Cláudio — que, segundo depoimento de réus confessos do crime, estimulou a eliminação da magistrada — era amigo pessoal do coronel Mário Sérgio. A amizade custou a exoneração do coronel Mário Sérgio e uma mancha em sua até então impecável carreira policial. Até agora o coronel Mário Sérgio não se pronunciou adequadamente sobre a denúncia feita por um promotor, de que o oficial da PM transferiu dois policiais que faziam a escolta da juíza, colaborando com a quadrilha do coronel Cláudio, infiltrada no 7°BPM.
Como este blog revelou esta semana agora a Secretaria de Segurança e a PM vai exigir ficha-limpa dos comandantes. Devia ter sido assim desde o início, mas não podemos esquecer que a PM nasceu como a polícia de D. João VI, para servir o rei de Portugal e não o povo brasileiro, como costuma dizer o secretário José Mariano Beltrame. A medida de endurecer a corregedoria não é inédita, mas acho que dessa vez a sociedade deveria colaborar.
Antes que se comece a dizer “vamos esperar para ver se o novo comandante” vai mesmo combater o crime dentro de sua corporação, conclamo a todos os cidadãos de bem a se unirem nessa cruzada. Basta um pouco de coragem, muito cuidado e atenção ao que se vê nas ruas, se ouve de colegas e parentes e se sabe nos bastidores. Vamos ajudar a limpar a PM dos malfeitores e facínoras. Polícia não é lugar de bandido. A ideia é simples e faz parte de um movimento que vem crescendo na luta contra a corrupção no país. Só que diferentemente da mobilização que está nas ruas, a luta contra os desvios de conduta na PM precisa que o cidadão de bem haja na surdina. Seja empregando o Disque-Denúncia (2253-1177), que recebe muita informação útil de crimes dentro das polícias. Seja entrando em contato diretamente com a Corregedoria da PM.
Segue uma lista de situações que podem resultar em denúncias contra policiais militares (depois faremos a mesma campanha para a Polícia Civil e a Polícia Federal).
1) Aprenda a memorizar nomes dos PMs exibidos nos uniformes, assim como números dos carros e as unidades a que pertencem.
2) Preste bastante atenção aos locais dos delitos ou má conduta dos policiais porque isso será determinante para saber em que unidade eles são lotados.
3) Repare na atuação suspeita de policiais que fazem blitzes clandestinas. Eles podem estar cobrando propinas de motoristas e motociclistas em situação irregular.
4) Esteja atento a policiais em carros circulando em locais onde há pontos de jogo de bicho e os contraventores não são incomodados. É bem provável que aquela equipe receba propina para liberar o funcionamento do jogo.
5) Atenção à presença de policiais militares em bares onde há grande concentração de maquinhas de caça-níqueis. É possível que esse agente esteja à serviço de máfias de caça-níqueis.
6) Observe a atuação de PMs em terminais rodoviários e pontos clandestinos de vans e transporte alternativo pirata. Eles podem ser os donos do negócio ilegal.
7) Não faça vista grossa para policiais dormindo ou namorando em serviço. Eles são pagos (ainda que mal pagos) para ficar atentos à movimentação de todas as pessoas. Um descuido deles pode ser fatal.
8) Não compactue em hipótese alguma com irregularidades praticadas por policiais, mas nunca sinalize que você vai denunciar alguma coisa para ninguém. Um policial que age com violência contra algum suspeito pode ganhar carta branca para agir assim com todos, inclusive os que não são suspeitos de nada.
9) Se você observou algum sinal exterior de riqueza de policial (moradia, carros, barcos, joias, relógios caros incompatíveis com o nível salarial dele), comunique o caso à Corregedoria mantendo sempre seu anonimato. Por questão de segurança, use sempre telefone público longe de sua casa ou trabalho e envie emails somente de lan-houses onde não tenha sido identificado. O segredo do sucesso da boa denúncia é o anonimato. Devemos confiar na polícia mas sempre com todo cuidado.
10) Não compactue jamais com a corrupção policial em hipótese alguma.
Seria óbvio eu dizer que os policiais honestos deveriam ser os primeiros a constatar isso, mas o comodismo e o medo é grande até mesmo dentro da Polícia Militar.
ANOTE OS TELEFONES DA CORREGEDORIA INTERNA DA POLÍCIA MILITAR DO RIO
Corregedoria da Polícia Militar
Rua Oliveira Botelho nº 1677 – S. Gonçalo – CEP 24.425-000
Tel.: (21) 2725-9159 / 2725-9094 (2ª à 6ª de 09:00 às 17:00 horas)
Centrais de Atendimento
Zona Norte – Rua Santa Fé, 26 – Méier – Tel.: (21) 2332-2341 (24 horas)
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domingo, 2 de outubro de 2011

Morte de juíza: depoimento complica ainda mais a situação de tenente-coronel


Foto: Reprodução Facebook
Patrícia Acioli tinha 47 anos e foi morta quando chegava em sua casa, em Niterói
Mais um cabo da PM acusado de participar damorte da juíza Patrícia Acioli reforçou a acusação de que o tenente-coronel Cláudio Luiz Silva de Oliveira, de 46 anos, ex-comandante dos batalhões de São Gonçalo e da Maré, foi o mandante do crime.
O cabo afirmou que o comandante Cláudio de Oliveira teria dito que a execução de Patrícia "seria um grande favor".
A primeira denúncia contra o oficial foi feita por outro PM acusado pelo homicídio. Ambos apresentaram as informações em troca da delação premiada - tentativa de obter redução de pena.
O PM revelou que além da magistrada o grupo também tramava a morte de um inspetor da Polícia Civil lotado no setor de homicídios da 72ª DP (Mutuá), em São Gonçalo.
Na avaliação dos PMs, o inspetor "distorcia" os registros de auto de resistência feitos por eles e, por conta disso, deveria "levar um rodo" (morrer). O cabo acrescentou que durante uma conversa com o tenente Daniel dos Santos Benitez, de 27 anos, o tenente-coronel Cláudio teria afirmado: "covardia se combate com covardia".
O depoimento, que durou cerca de duas horas, foi prestado nesta sexta-feira (30) ao juiz Peterson Barroso Simão, da 3ª Vara Criminal de Niterói.
Ainda nesta sexta-feira, o soldado da Polícia Militar Handerson Lents Henriques da Silva, de 27 anos,admitiu ter "confirmado" a policiais acusados de envolvimento no crime o endereço da magistrada. Ele, no entanto, afirmou desconhecer a intenção de matar a juíza e alegou inocência.
Benitez, que também está preso, comandava o Grupamento de Ações Táticas (GAT) do batalhão de São Gonçalo e é apontado como o braço-direito do tenente-coronel Cláudio Luiza Silva de Oliveira. Na terça-feira (27), o delegado Felipe Ettore, titular da Divisão de Homicídios do Rio de Janeiro, afirmou que a magistrada "estava no encalço" do tenente-coronel, por indícios de corrupção e execuções de pessoas.
"Vontade de matar juíza era quase obsessão"
O delator afirmou que "a vontade de Benitez de matar a juíza era quase uma obsessão". Segundo o PM, por conta disso o tenente passou a dormir no batalhão e a insistir "constantemente com seus colegas de equipe que a empreitada fosse realizada".
Inicialmente, ainda de acordo com o relato do cabo, Benitez pretendia contratar "a milícia do Rio de Janeiro" para matar a juíza. Porém, segundo o PM, ele fora censurado pelo tenente-coronel Cláudio Luiz Silva de Oliveira que teria dito que "se tivesse de fazer era para fazer com mais um, porque com mais de dois passaria a não ser segredo".
O cabo ainda acrescentou que após ser preso Benitez teria confessado o crime ao tenente-coronel Cláudio Luiz de Oliveira em uma das 13 visitas que o ex-comandante fez ao subordinado antes de serpreso como mandante do crime.
Foto: Domingos Peixoto / Agência O GloboAmpliar
Tenente-coronel Cláudio Luiz de Oliveira chega para prestar depoimento na Divisão de Homicídios
Três promotores do Ministério Público do Rio de Janeiro acompanharam o depoimento do cabo nesta sexta-feira. Rubens Vianna, Leandro Navega, Claucio Cardoso e Daniel Faria Braz, afirmaram que não têm dúvidas de que o tenente-coronel participou do crime, concordando com a execução.
No relato à Justiça nesta sexta-feira, o policial confessou que, como investigava a juíza Patrícia, cada policial do GAT recebia semanalmente propina de aproximadamente R$ 10 mil e R$ 12 mil.
O dinheiro tinha origem nas apreensão de drogas e dinheiro que o tráfico movimenta em favelas de São Gonçalo (conhecido como expólio de guerra).
Quando a arrecadação era grande, segundo o PM, o tenente Benitez reservava uma parte do lucro para o tenente-coronel Cláudio.
Por conta das investigações da juíza, o policial ainda afirmou que o grupo tentara matar Patrícia outras duas vezes. A magistrada já havia determinado que o tenente-coronel mantivesse fora das ruas PMs envolvidos em autos de resistência. Segundo o cabo, Cláudio não gostava da juíza e chegou a dizer que se suas ordens não fossem apresentadas por escrito, "ele não cumpria".
Antes de ser executada com 21 tiros, a juíza Patrícia determinara a prisão de PMs suspeitos de um homicídio contra um jovem de 18 anos identificado como Diego da Conceição de Beline, no dia 5 de julho no Complexo de Favelas do Salgueiro, em São Gonçalo. O crime foi registrado como auto de resistência, mas testemunhas afirmaram que foi execução.
Dois dos acusados já estavam presos temporariamente desde junho. Os demais estavam junto deles no dia do crime, mas não teriam participado diretamente da ação. Entretanto, eles são acusados de outros homicídios que também foram registrados como autos de resistência ou há testemunhas com receio deles.
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