terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Chefe da Polícia Civil do Rio deixa o cargo em meio a investigações sobre corrupção policial

Allan Turnowski, que deixou hoje a chefia da Polícia Civil do Rio de Janeiro
Allan Turnowski, que deixou hoje a chefia da Polícia Civil do Rio de Janeiro

O delegado Allan Turnowski não é mais o chefe da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro. A informação foi divulgada no início da tarde desta terça-feira (15) pela Secretaria de Segurança Pública do Rio, que, em nota, informou que a saída do delegado ocorreu “após uma longa conversa", pela manhã, com o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame.
A decisão, expôs a nota, foi também depois de “os dois concluírem que esta seria a decisão mais adequada para preservar o bom funcionamento das instituições.”
Turnowski chefiou a corporação durante um ano e dez meses de trabalho e deixa o posto quatro dias depois da operação Guilhotina, que resultou na prisão de pelo menos 30 policiais ciivis e militares suspeitos de corrupção. Na nota da secretaria, Beltrame reforça que “eventuais mudanças na equipe não vão prejudicar o compromisso assumido com a sociedade que é o de fazer do Rio um lugar cada vez mais seguro”.
Também em nota à imprensa, Turnowski agradeceu a população, colegas e amigos e fez menções ao governador Sérgio Cabral e ao secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, ao qual cumprimentou “pela oportunidade de comandar minha instituição por quase dois anos”. O policial disse ter deixado o cargo “após uma conversa franca e aberta com o secretário Beltrame” e definiu: “Tenho certeza que esta é a melhor decisão para o momento.”

Guilhotina

Turnowski é o segundo nome forte da polícia do Rio a deixar o cargo desde que eclodiram as ações da operação Guilhotona, desencadeada pela Polícia Federal (PF) e pelo Ministério Público do Rio (MP-RJ), na última sexta (11). Naquele dia, o principal preso foi delegado Carlos Oliveira, que, até agosto de 2010, havia sido subchefe de Polícia Civil, apontado como braço-direito de Turnowski.
Ontem (14), Turnowski decidiu fechar a Draco (Delegacia de Combate ao Crime Organizado) e fazer uma varredura, na qual alegou ter localizado pelo menos armas, uma escuta e pelo menos três irregularidades -- alegara ter recebido carta anônima com denúncias de corrupção, e que investigaria a delegacia.
A Draco é chefiada pelo delegado Cláudio Ferraz, homem de confiança de Beltrame -- que, no fim de semana, havia dito que Turnowski não tinha carta-branca para agir. O desgaste público do agora ex-chefe da Polícia Civil começou já nas primeiras horas da Guilhotina, quando foi chamado a prestar esclarecimentos na sede da PF.

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