quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Média de policiais presos e demitidos em 2013 é a maior da era Alckmin em SP

Grella pede punições a policiais corruptosReprodução/Rede Record
Mesmo antes dos discursos da última segunda-feira (14) do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e do secretário de Segurança Pública, Fernando Grella, nos quais ambos voltaram a pregar a “tolerância zero” à corrupção nas polícias Civil e Militar, o ano de 2013 já apresenta a maior média de prisões e demissões durante a gestão do tucano.
Dados oficiais fornecidos pela SSP (Secretaria de Segurança Pública) e analisados pela reportagem do R7 apontam que, somente nos primeiros oito meses deste ano, 237 policiais foram presos e 398, demitidos. A média mensal — de 29,6, no primeiro caso, e de 49,7, no segundo — supera a dos três anos anteriores.
No ano passado, durante todo o ano, a secretaria demitiu 511 policiais, o maior contingente anual desligado de suas funções em toda a atual gestão tucana no Palácio dos Bandeirantes. Esse número corresponde a uma média de 42 policiais a cada mês, ou seja, inferior à média de 2013. 
O ápice do número de policiais das duas corporações presos se deu em 2011, quando 298 foram parar atrás das grades. Ainda assim, a média mensal foi menor que a deste ano (quase 25 detidos/mês).
Os números de policiais civis e militares presos ou demitidos tendem a subir até o fim deste ano, uma vez que uma investigação conduzida pelo Ministério Público de São Paulo — cujos dados devem ser compartilhadores com a SSP nesta terça-feira (15) — apontou a colaboração de policiais com a facção criminosa PCC nos últimos três anos.
Desde o início do atual governo de Geraldo Alckmin, em 2010, 1.053 policiais (636 militares e 417 civis) foram presos, enquanto 1.730 (1.086 militares e 644 civis) foram excluídos dos quadros da polícia em todo o Estado de São Paulo.
Medidas severas
O secretário Fernando Grella disse na última segunda que, tão logo a pasta tenha acesso às investigações da promotoria, passará a analisar caso a caso o possível envolvimento de policiais. Ele prometeu medidas severas e rápidas, uma vez que se constate a colaboração de agentes da lei com o crime organizado. O afastamento e demissão podem levar entre seis meses, no caso dos civis, e mais de um ano, caso envolvam militares.
— Se for policial civil, será instaurado o processo disciplinar. Lá foi implantada a chamada “via rápida”, que permite que em até seis meses exista um desfecho do processo disciplinar. No caso da Polícia Militar, também há mecanismos que permitem um afastamento de um policial em atividade. Nós estamos propondo, até através do comandante geral (Benedito Roberto Meira), uma agilidade nos processos disciplinares, mas o que não impede a responsabilização e o afastamento cautelar.

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

MP denuncia corrupção de policiais civis em Santo André - SP

As investigações do MP (Ministério Público do Estado) sobre a atuação do PCC (Primeiro Comando da Capital) revelaram atos de corrupção praticados por integrantes da Polícia Civil no Grande ABC. Escutas telefônicas de 2011, divulgadas ontem, mostram que traficantes da Zona Leste da Capital entraram em contato por telefone com líderes da facção criminosa, presos no interior paulista, para relatar que pagaram propina a policiais civis de Santo André. Assim, teriam se livrado do flagrante.
Os três anos de apuração do órgão renderam denúncia contra 175 pessoas por formação de quadrilha e o pedido de isolamento de 35 chefes do PCC após serem descobertos a cadeia de comando do tráfico de drogas e planos para atentados e assassinatos de autoridades. A facção controlaria 90% de todos os presídios paulistas.
A Justiça negou os pedidos, mas o envolvimento de policiais corruptos veio à tona. Um tenente da Polícia Militar que atua no 16º Batalhão, na Zona Oeste da Capital, foi preso ontem.
Nas escutas feitas pelo MP, um dos principais líderes da facção, Fabiano Alves de Souza, o Guga Paca, preso em Presidente Bernardes (a 589 quilômetros da Capital), aparece em diálogo com traficante após a sua prisão, na noite de 5 de fevereiro de 2011.
Ele foi surpreendido no local onde funcionava o seu depósito de droga, cujo endereço foi mantido em sigilo, e encaminhado ao 4º DP (Jardim) andreense junto da mulher e filhos.
No diálogo divulgado pelo MP, o suspeito alega que os policiais pediram R$ 200 mil, mas que conseguiu baixar o valor para R$ 100 mil e assim ser liberado, além de recuperar as drogas.
O outro caso relatado pelo MP na cidade foi na madrugada de 16 de novembro daquele mesmo ano. Outro nome de destaque da facção, Roberto Soriano, vulgo Tiriça, foi informado por suspeito de nome Maicon Suel Alves Pereira, também por telefone, no presídio de Presidente Venceslau (a 611 quilômetros da Capital), de que um traficante detido poderia ser libertado após pagamento de R$ 50 mil exigidos por policiais civis do 1º DP (Centro).
Segundo a equipe do Diário apurou junto a integrantes da Corregedoria da Polícia Civil, pelo menos cinco policiais estariam envolvidos nos casos relatados, mas nenhum deles não trabalha mais na região e estariam na ativa na Capital.
Atual delegado seccional de Santo André, Angelo Isola ressaltou que nenhum dos possíveis policiais envolvidos trabalha mais nas delegacias citadas.
“A seccional está aberta para que a Corregedoria, a Força-Tarefa da SSP (Secretaria da Segurança Pública) e o MP façam suas investigações e esclareçam os ocorridos”, disse Isola. “Agora, já se passou muito tempo. É muita letargia de quem está apurando isso. Deveriam ter sido tomadas as providências tão logo fossem feitas as escutas.”
Secretaria
A Força-Tarefa citada pelo delegado foi uma das medidas anunciadas na segunda-feira pelo secretário da Segurança Pública, Fernando Grella Vieira, para fazer com que a Pasta apure as denúncias envolvendo policiais, incluindo os dois casos de Santo André.
Segundo a assessoria da Pasta, Grella e as corregedorias das polícias Militar, Civil e Científica receberam ontem do procurador-geral do Estado, Márcio Elias Rosa, o material levantado pelo MP, incluindo as 875 páginas da denúncia rejeitada. A partir daí vão iniciar as investigações sobre envolvimento de policiais corruptos com o crime organizado.
A SSP informou que até agosto, 498 policiais militares, civis e científicos foram presos e outros 909 demitidos por irregularidades em suas funções.


MP denuncia corrupção de policiais civis em Santo André - SP

As investigações do MP (Ministério Público do Estado) sobre a atuação do PCC (Primeiro Comando da Capital) revelaram atos de corrupção praticados por integrantes da Polícia Civil no Grande ABC. Escutas telefônicas de 2011, divulgadas ontem, mostram que traficantes da Zona Leste da Capital entraram em contato por telefone com líderes da facção criminosa, presos no interior paulista, para relatar que pagaram propina a policiais civis de Santo André. Assim, teriam se livrado do flagrante.
Os três anos de apuração do órgão renderam denúncia contra 175 pessoas por formação de quadrilha e o pedido de isolamento de 35 chefes do PCC após serem descobertos a cadeia de comando do tráfico de drogas e planos para atentados e assassinatos de autoridades. A facção controlaria 90% de todos os presídios paulistas.
A Justiça negou os pedidos, mas o envolvimento de policiais corruptos veio à tona. Um tenente da Polícia Militar que atua no 16º Batalhão, na Zona Oeste da Capital, foi preso ontem.
Nas escutas feitas pelo MP, um dos principais líderes da facção, Fabiano Alves de Souza, o Guga Paca, preso em Presidente Bernardes (a 589 quilômetros da Capital), aparece em diálogo com traficante após a sua prisão, na noite de 5 de fevereiro de 2011.
Ele foi surpreendido no local onde funcionava o seu depósito de droga, cujo endereço foi mantido em sigilo, e encaminhado ao 4º DP (Jardim) andreense junto da mulher e filhos.
No diálogo divulgado pelo MP, o suspeito alega que os policiais pediram R$ 200 mil, mas que conseguiu baixar o valor para R$ 100 mil e assim ser liberado, além de recuperar as drogas.
O outro caso relatado pelo MP na cidade foi na madrugada de 16 de novembro daquele mesmo ano. Outro nome de destaque da facção, Roberto Soriano, vulgo Tiriça, foi informado por suspeito de nome Maicon Suel Alves Pereira, também por telefone, no presídio de Presidente Venceslau (a 611 quilômetros da Capital), de que um traficante detido poderia ser libertado após pagamento de R$ 50 mil exigidos por policiais civis do 1º DP (Centro).
Segundo a equipe do Diário apurou junto a integrantes da Corregedoria da Polícia Civil, pelo menos cinco policiais estariam envolvidos nos casos relatados, mas nenhum deles não trabalha mais na região e estariam na ativa na Capital.
Atual delegado seccional de Santo André, Angelo Isola ressaltou que nenhum dos possíveis policiais envolvidos trabalha mais nas delegacias citadas.
“A seccional está aberta para que a Corregedoria, a Força-Tarefa da SSP (Secretaria da Segurança Pública) e o MP façam suas investigações e esclareçam os ocorridos”, disse Isola. “Agora, já se passou muito tempo. É muita letargia de quem está apurando isso. Deveriam ter sido tomadas as providências tão logo fossem feitas as escutas.”
Secretaria
A Força-Tarefa citada pelo delegado foi uma das medidas anunciadas na segunda-feira pelo secretário da Segurança Pública, Fernando Grella Vieira, para fazer com que a Pasta apure as denúncias envolvendo policiais, incluindo os dois casos de Santo André.
Segundo a assessoria da Pasta, Grella e as corregedorias das polícias Militar, Civil e Científica receberam ontem do procurador-geral do Estado, Márcio Elias Rosa, o material levantado pelo MP, incluindo as 875 páginas da denúncia rejeitada. A partir daí vão iniciar as investigações sobre envolvimento de policiais corruptos com o crime organizado.
A SSP informou que até agosto, 498 policiais militares, civis e científicos foram presos e outros 909 demitidos por irregularidades em suas funções.


segunda-feira, 28 de outubro de 2013

MP do RJ investiga se sargento transformou batalhão da PM em motel - Trata-se do BPM mais corrupto do Brasil, o famigerado 7BPM São Gonçalo

MP vai investigar PM que marcou encontro no 7º BPM
MP vai investigar PM que marcou encontro no 7º BPM Foto: Marcelo Carnaval/Agência O Globo
Rafael Soares

O Ministério Público investiga se um policial militar transformou sua sala no 7ª BPM (São Gonçalo) em motel. A denúncia chegou ao MP por uma mulher que manteve contato com o homem pela internet e já chegou à Promotoria junto à Auditoria de Justiça Militar. O EXTRA teve acesso à íntegra do diálogo via skype em que o homem se apresenta como sargento, afirma que trabalha no batalhão de São Gonçalo e convida a mulher para um encontro íntimo em seu local de trabalho. “É bem discreto, você não vai se arrepender”, diz.
Na conversa, que aconteceu no último dia 10, o policial afirma que está cumprindo um plantão de 24 horas no batalhão, mas não teria problema em receber uma “visita”. “Tem uma entrada independente, tranquila. Estou querendo um encontro hoje”, afirma. A mulher pergunta: “Você faz isso sempre?”. Ele responde: “Adoro fazer isso”.
A mulher encontrou o perfil do suposto sargento no site de encontros “Sexo com Café”. O nome que ele usa, junto com sua namorada, para marcar encontros com outras mulheres é “Casal Itasex”. O policial ainda afirma que, quando os encontros são marcados no batalhão, sua namorada ouve tudo pelo telefone da sala: “Quando vem alguém, ela pede para eu ligar e fica ouvindo nossos gemidos”.
Ao final do diálogo, a mulher recusa o convite do PM. Uma semana depois, a denúncia chegou ao MP.

Fonte http://extra.globo.com

domingo, 27 de outubro de 2013

MP denuncia delegado e cinco policiais civis de MG por cobrança de propina para liberar presos

Os acusados também estavam envolvidos com exploradores de caça-níqueis e traficantes da região

O Ministério Público de Minas Gerais denunciou um delegado e cinco policiais civis por crimes contra a administração pública em Juiz de Fora, Zona da Mata de Minas Gerais. De acordo com a denúncia, os acusados estavam envolvidos com exploradores de caça-níqueis, traficantes e cobravam propina para liberação de presos. Todos vão responder por formação de quadrilha, peculato, corrupção passiva e prevaricação.
O MPMG apurou que, nos anos de 2010 e 2011, a quadrilha de policiais agia na Delegacia Especializada em Tóxicos e Homicídios de Juiz de Fora. Eles se envolveram com vários delitos se aproveitando dos cargos que ocupavam. Os seis receberiam dinheiro para liberar pessoas detidas e materiais apreendidos durante operações policiais, bem como para omitir informações nos expedientes relatados da delegacia.

terça-feira, 16 de julho de 2013

Sete policiais são presos em SP por envolvimento com traficantes


Estão presos em São Paulo sete policiais que trabalhavam no Departamento de Combate ao Narcotráfico, o Denarc. O Ministério Público acusa os agentes de proteger os traficantes que eles deveriam prender.
De acordo com as investigações, eles receberiam propina de até R$ 300 mil por ano e mais um valor mensal para informar aos bandidos de operações contra o tráfico de drogas. Além de corrupção, eles são suspeitos de outros crimes, que variam de formação de quadrilha a sequestro.
Depois das prisões, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo anunciou uma reestruturação no Denarc. As mudanças devem começar a ser discutidas ainda nesta semana.
Denarc é o Departamento Estadual de Repressão ao Narcotráfico. Mas as investigações mostraram que 13 policiais civis que trabalham ou que trabalharam lá são suspeitos de envolvimento justamente com os traficantes. Sete policiais foram presos em casa.
“Há policiais que têm aparentemente uma responsabilidade muito pequena e aparentemente policiais que têm uma responsabilidade um pouco maior. Os crimes investigados vão desde formação de quadrilha armada, passando por corrupção, roubo, tortura, até extorsão mediante sequestro”, diz o promotor do GAECO de Campinas, Amauri Silveira Filho.
Os policiais também teriam vazado informações sigilosas sobre operações. Viraram suspeitos durante a investigação de bandidos ligados à Wanderson de Paula Lima, o Andinho. Ele está preso desde 2002 por tráfico de drogas, homicídios e sequestros, e cumpre pena na penitenciária de Presidente Venceslau, no interior paulista.
Ainda assim, segundo os promotores, traficantes ligados a Andinho teriam pago propina a policiais do Denarc.
“A instituição da Polícia Civil, através da Delegacia Geral de Polícia, reafirma que não compactua com qualquer desvio de conduta de seus policiais”, declara Maurício Blazeck, delegado-geral da Polícia Civil.
Um dos casos investigados é o da prisão de seis traficantes na região de Campinas, interior de São Paulo. Os promotores suspeitam que o chefe da quadrilha pode ter sido liberado depois de dar dinheiro aos policiais.
O delegado que presidiu o inquérito na época foi preso na segunda-feira (15) durante a operação. O nome dele não foi informado. O outro delegado preso é Clemente Castilhone Junior, chefe do setor de inteligência do Denarc.
Em Campinas e em Serrana, no interior de São Paulo, foram presos seis traficantes com drogas e dinheiro. Um deles é Flaviano de Oliveira, considerado braço direito de Andinho, e suspeito de ameaçar de morte promotores.
Especialistas em segurança sugerem que os governos criem mecanismos permanentes para fiscalizar os policiais e verifiquem se o patrimônio que possuem e o padrão de vida que levam estão de acordo com os salários que eles recebem.
“Os agentes da autoridade do estado precisam declarar a origem dos seus patrimônios, que precisam ser permanentemente verificados e fiscalizados”, diz Walter Fanganiello Maierovitch, presidente do Instituto Brasileiro Giovanni Falcone.
O advogado do delegado Clemente Castilhone foi procurado para falar sobre as acusações, mas ele não atendeu os telefonemas. O Ministério Público ainda tenta cumprir mandado de prisão contra seis policiais.

sábado, 1 de junho de 2013

Pacote anticorrupção da PM RJ

Ações nas ruas são monitoradas em tempo real, através de câmeras, GPS e rádios nos carros

Rio - Como nos bastidores de ‘reality shows’, o tenente-coronel Luiz Eduardo observa o trabalho de 64 equipes que patrulham as ruas de São Gonçalo nas telas da sala de monitoramento do 7º BPM (São Gonçalo).
Através das imagens das câmeras instaladas nas viaturas e do GPS dos rádios que ficam com os militares, o comandante e o supervisor de dia recebem, em tempo real, informações sobre as ocorrências, monitoram os pontos onde há carros da polícia baseados e supervisionam as ações.
O ‘Big Brother’ da segurança pública está no ar e eleva a velha ronda da supervisão dos quartéis ao patamar tecnológico, para prevenir erros e desvios de conduta e aprimorar o trabalho dos agentes em campo.

Tenente-coronel Luiz Eduardo observa trabalho de 64 equipes que patrulham São Gonçalo nas telas da sala de monitoramento do 7º BPM
Foto:  Paulo Araújo / Agência O Dia

“O trabalho ganha amplitude na medida em que permite que se veja tudo, mesmo sem estar em todos os lugares ao mesmo tempo. A PM está se modernizando”, afirma o comandante-geral da corporação, coronel Erir Ribeiro.
A instalação de câmeras nas viaturas dos 41 batalhões do estado faz parte de projeto orçado em R$ 18 milhões e que foi testado, inicialmente, em 100 carros de duas unidades da PM.
Os equipamentos são de última geração e permitem visão interna e externa dos veículos, com imagem e áudio de qualidade, inclusive à noite.
“Dá para ouvir as conversas dos policiais e das pessoas envolvidas nas ocorrências. Já flagraram várias abordagens e prisões, assim como alguns policiais sonolentos ou falando coisas impróprias. Aí eles lembram da câmera e ficam alertas. Quando algo não vai bem, o supervisor entra em contato com a equipe pelo rádio. Eles pensam duas vezes antes de agir”, alerta o comandante-geral da tropa.
Niterói e Baixada são os próximos alvos
São Gonçalo, cidade com um dos maiores índices demográficos da Região Metropolitana, foi pioneira na implantação da supervisão eletrônica por motivos óbvios: o grande número de ocorrências atendidas — o único batalhão responde a 300 chamados por dia.

Câmeras instaladas nas viaturas revelam os bastidores das operações, como as conversas entre os policiais
Foto:  Paulo Araújo / Agência O Dia

Mas a novidade já está chegando ao vizinho batalhão de Niterói, e às unidades do Centro do Rio, São Cristóvão e Irajá, além de Mesquita e Caxias. As imagens ficam armazenadas na unidade por 60 dias e permitem a fiscalização de trabalhos anteriores.
“Com esse monitoramento, dá para ver o que acontece e deslocar viaturas mais próximas do local”, destaca o tenente-coronel Luiz Eduardo. O oficial ressalta que a supervisão eletrônica permite não só observar se os policiais estão agindo dentro da lei, mas também resguardá-los.
Investimento na Corregedoria
Para fiscalizar as denúncias e investigar informações envolvendo os desvios de conduta dos militares, a Corregedoria também recebeu mais agentes e equipamentos, além de criar mais uma Delegacia de Polícia Judiciária Militar (DPJM), a oitava do estado, e que está voltada para crimes cometidos por policiais das UPPs.
A nova unidade já está em funcionamento no Complexo do Alemão. E nem os próprios agentes da Corregedoria escapam da supervisão: para integrar o quadro, os policiais passam por rigoroso e permanente processo seletivo, que inclui entrevistas, treinamento e avaliação das fichas disciplinar e judiciária.

Somente em 2012, 317 militares que cometeram crimes diversos foram expulsos da corporação.

sábado, 4 de maio de 2013

Operação Compadre prende 47 policiais acusados de cobrar propina de comerciantes


Assista ao vídeo com as ações dos marginais

Rio de Janeiro - A Secretaria de Segurança do Estado do Rio de Janeiro anunciou hoje (30) a prisão de 60 pessoas acusadas de cobrar propina de comerciantes que trabalham em feiras de Bangu e Honório Gurgel e de extorquir dinheiro de mototáxis sem carteira de direção em Bangu. Entre os detidos, 47 são policiais, sendo 41 da Polícia Militar e seis da Polícia Civil. Segundo a secretaria, muitos mototaxistas faziam ainda o transporte de drogas. Com a propina paga aos policiais, as irregularidades não eram combatidas.
A operação, chamada de Compadre, tinha o objetivo de cumprir 78 mandados de busca e apreensão e 78 mandados de prisão. Ao todo, 12 policiais militares continuam foragidos.
O secretário de Segurança, Mariano Beltrame, diz que todos os policiais envolvidos devem ser expulsos das corporações à que pertencem. “Pelo conteúdo probatório, as acusações são graves e a composição da prova é de muita qualidade, não vejo outra resposta senão a demissão de todas essas pessoas”, disse ele, “[Essas pessoas] são fruto da sociedade, o que se tem que fazer, no caso da polícia, é capacitar, treinar essas pessoas, alertar, dar condições de trabalho, agora o que cada um trouxe de casa é muito difícil de se reverter”, concluiu Beltrame.
A operação foi executada por agentes da Subsecretaria de Inteligência da Secretaria de Segurança e da Corregedoria da Polícia Militar, além do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público.
As investigações, que contaram com escutas telefônicas autorizadas pela Justiça, começaram no início do ano passado, depois que integrantes das comunidades atingidas fizeram a denúncia à Corregedoria. Os policiais, que na época trabalhavam majoritariamente nos 14º e 9º Batalhões, costumavam cobrar R$ 70 semanais a comerciantes com mercadoria ilícita e R$ 10 a vendedores de mercadoria lícita, sem autorização da prefeitura para trabalhar. Em troca das propinas, os policiais deixavam de fiscalizar as ações ilícitas.
Desde 2008, foram expulsos de suas corporações mais de 1,4 mil policiais civis e militares.
Edição: Talita Cavalcante

LEIA TAMBÉM:

Operação Compadre: Imagens mostram policiais recebendo propina de camelôs



domingo, 21 de abril de 2013

Policiais são presos suspeitos de envolvimento em tentativa de roubo que terminou com refém morto no Alto Paranaíba


Uma tentativa de roubo a uma agência bancária terminou com um refém morto e outro baleado na madrugada desta quarta-feira (17) em Guimarânia, no Alto Paranaíba. Dois policiais militares foram presos suspeitos de participar da ação.
De acordo com a Polícia Militar, cinco homens chegaram em dois carros ao centro da cidade por volta das 3h45. O dono de um bar, que fica ao lado da agência do Banco do Brasil, estava fechando o estabelecimento com a ajuda de um cliente. Os dois foram rendidos e levados para a agência.
Os bandidos quebraram a porta do banco e tentaram danificar um dos caixas eletrônicos, mas foram surpreendidos pelos militares. Houve uma intensa troca de tiros e um dos reféns foi baleado na cabeça. Renato de Paula Rosa, de 31 anos, chegou a ser socorrido, mas não resistiu. O dono do bar também foi atingido por um disparo no braço. Ele foi levado para o hospital da cidade.
Os assaltantes tentaram fugir em seguida. Os dois policiais foram encontrados em um Gol com placa de Uberlândia às margens da BR-365. Os dois já eram monitorados pelo Serviço de Inteligência da Instituição e respondiam a um processo demissionário.
A Corregedoria da Polícia Militar determinou a abertura de um Procedimento Disciplinar para apurar a participação dos dois militares no crime.
Um terceiro suspeito foi preso em um Vectra, também com placa de Uberlândia, a cerca de 2 km de Guimarânia. Duas armas, explosivos, munição e uma alavanca foram apreendidos.
A PM ainda procura pelos outros dois homens que participaram da ação. Ainda não foi possível identificar se o tiro que matou um dos reféns partiu da arma de um policial ou de um dos assaltantes.

quinta-feira, 18 de abril de 2013

Ministro da Justiça apoia expulsões de policiais


Ministro da Justiça, Eduardo Cardoso
Ministro da Justiça, Eduardo Cardoso
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, defendeu ontem, em entrevista ao EXTRA, a estratégia de combate à corrupção policial do governo do Rio, pautada na expulsão de policiais — nos últimos cinco anos, foram 1.411 PMs e civis demitidos. A exemplo da secretária Nacional de Segurança Pública, Regina Miki, Cardozo defendeu a importância de um acompanhamento dos policiais expulsos.
— Policiais que cometem crime têm que ser expulsos. Somos claramente favoráveis que policiais que cometem desvios graves sejam expulsos. Não posso ter na força pessoas que não tenham compromisso dentro dos princípios que devem orientar ações policiais.
Pelo contrário. Defendemos corregedorias fortes que coloquem para fora da força pessoas comprometidas com o crime — afirmou Cardozo.
O posicionamento do ministro buscou amenizar as declarações da secretária Nacional de Segurança Pública, Regina Miki. Diante dos resultados da pesquisa, a titular da Senasp afirmou que a PM do Rio é a mais corrupta do Brasil e que a política de expulsões de policiais alimenta a milícia.
— Nós temos (que investir em) políticas que busquem através um caráter mais dinâmico de corregedorias e até de prevenção de ações melhorar a não incidência de criminalidade no corpo policial. E também fazer um acompanhamento natural das pessoas que são desligadas da força, para que elas não atuem no crime sem nenhum tipo de acompanhamento — sugeriu o ministro.
No último domingo, o EXTRA divulgou com exclusividade, no último domingo, dados da Pesquisa Nacional de Vitimização, encomendada pelo Ministério da Justiça e pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento. O levantamento mostrou que 30,2% das pessoas que disseram ter sofrido extorsão de PMs estão no Rio de Janeiro. A Polícia Civil vem em segundo lugar.
Ontem, o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, não quis dizer se irá ou não atender ao convite da Câmara dos Deputados para uma audiência pública para discutir a corrupção policial. A audiência será convocada pela Comissão de Segurança.

Veja outros pontos da entrevista.

Como o Ministério da Justiça contribui para o combate à corrupção policial?
Os estados têm autonomia para isso. Temos buscado colaborar com corregedorias e desenvolver programas em estados que tenham problemas estruturais. O Rio tem desenvolvido bem suas políticas. Temos inclusivo tido ações da polícia do Rio de Janeiro e da Polícia Federal, em vários casos, em que policiais foram presos.
A correição no Rio incide muito mais sobre oficiais do que sobre praças. Por quê?
Não gostaria de falar em tese sobre isso, sem fazer uma análise caso a caso e entender as circustâncias.
Corregedorias independentes são imprescindíveis ou basta uma corregedoria que esteja dentro da hierarquia $Secretaria de Segurança?
Há alguns especialistas que recomendam que a corregedoria tenha autonomia. Outros acham isso prescindível. Alguns estados têm corregedorias autônomas, em que o corregedor tem status de secretário. É uma discussão teórica, mas que deve ser analisada caso a caso para se saber o adequado.
E as ouvidorias?
É importante que o ouvidor tenha autonomia para processar o que colhe.
Fonte: Extra Online

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Policiais Civis, médicos legistas e advogados presos em operação contra fraude do DPVAT no Rio




















A Operação Assepsia, que visa cumprir 23 mandados de prisão preventiva contra envolvidos em fraudes em exames de perícia médica para o recebimento do seguro DPVAT, já havia prendido 15 pessoas, pelo menos oito policiais civis, até as 11h desta quinta-feira (4). A operação é realizada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Rio de Janeiro, em conjunto com a Corregedoria Interna da Polícia Civil. (Confira a relação de presos abaixo).
A ação tem como objetivo cumprir 23 mandados de prisão preventiva – 12 deles contra policiais - e 66 de busca e apreensão nas cidades do Rio de Janeiro, Duque de Caxias, Nova Iguaçu, Niterói, São Gonçalo, Itaboraí e Teresópolis, contra uma organização criminosa que atua no Posto Regional de Polícia Técnico Científica (PRPTC) de Duque de Caxias e na 59ª DP (Duque de Caxias).
Na manhã desta quinta, os agentes realizavam buscas nas residências dos investigados e em seus locais de trabalho, como nos escritórios de advocacia, sede da 59ª DP, do PRPTC de Duque de Caxias e 7º BPM (São Gonçalo). Nos locais, os policiais procuram documentos, planilhas, computadores, mídias em geral, armas de fogo e veículos usados pela quadrilha.
Ainda de acordo com o MP, os crimes são estelionato, formação de quadrilha, corrupção ativa e passiva, violação de sigilo funcional, sonegação e inutilização de documentos. A operação também conta com mandados de busca e apreensão.


Conforme investigação, policiais da 59ª DP preenchiam guias de encaminhamento falsificadas, levando as vítimas ao posto do Instituto Médico Legal do município. A partir destes documentos, laudos periciais irregulares, indicando lesões e sequelas permanentes, eram forjados e encaminhados para o núcleo jurídico da quadrilha, formado principalmente por advogados, que recolhia 30% do valor da indenização.



Ainda segundo o MP, entre os anos de 2011 e 2012, cerca de 800 laudos foram apreendidos, resultando num montante desviado de aproximadamente R$ 7,5 milhões.

Os presos são:
Alexandre Luiz Braga Salgado (estagiário, filho de Sandra Regina Cardoso Braga, a chefe da quadrilha);
Amilton Gomes da Cunha (estagiário);
Charles Rubim de Souza (funcionário do escritório de advocacia);
Edilson Fagundes Costa (Guarda Municipal de Mesquita);
Jesiel Mendonça Aragão (policial da 59ªDP);
José Edson Teixeira Alves (policial da 59ª DP);
José Henrique Dias da Silva (perito legista do IML de Caxias);
José Nunes da Silva Neto (policial da 59ªDP);
Marcelo Correia Carneiro (funcionário do escritório de advocacia);
Marcelo Pinheiro Ramos (funcionário do escritório de advocacia);
Maria Helena Gomes Dantas (policial da 59ª DP);
Paulo Roberto Calzavara Cazarin (perito legista lotado no IML de Caxias);
Roberto Gomes Santana (policial da 59 ªDP);
Sandra Regina Cardoso Braga (auxiliar de necropsia e chefe administrativa do IML de Caxias);

Uriel Nobre da Silva Filho, policial 110ª DP (Teresópolis)
Everton Rubim Lins, funcionário escritório de advocacia


domingo, 7 de abril de 2013

Polícia Federal prende quadrilha de policiais corruptos do Denarc de São Paulo


MARIA CLARA CUNHA CANTO

O mogimiriano Gustavo Gomes Pinto, que exerce a função de investigador de polícia em São Paulo, foi preso em uma operação desencadeada pela Polícia Federal, junto com mais três investigadores, no último dia 20.
O caso foi destaque na edição do Fantástico no último domingo, 24, e do Jornal Hoje, na segunda-feira, quando foi noticiada a investigação sobre uma quadrilha de policiais, em sua maioria do Denarc, que vinham tomando dinheiro e drogas de quadrilhas, principalmente criminosos da Bolívia e Colômbia.
Denominada Dark Side a operação, segundo a reportagem da Rede Globo, desencadeada pela Polícia Federal teve início há mais de seis meses, sendo que as primeiras prisões ocorreram no dia 16 de fevereiro, quando foram detidos os policiais Glauco Fernando Santos Fernandes - da polícia de Sorocaba; e Michael David Ruiz e Alexandre Lajes, do Denarc. Estas prisões ocorreram na Rodovia Castelo Branco no município de Jandira. Na ocasião também foram presos outros dois traficantes, Humberto Otávio Bozzola e Raimundo Nonato Ferreira, que seriam de Sorocaba, nesta ação da PF foram apreendido 133 quilos de cocaína. Ao serem parados por policiais rodoviários, os investigadores teriam dado versões divergentes.
No último dia 20, em uma grande operação para combater o tráfico de drogas, a Polícia Federal de Sorocaba prendeu os outros quatros policiais acusados de estar envolvidos com a quadrilha, entre eles o mogimiriano Gustavo Gomes Pinto, Edson Melin e Mariano Pino e André Souza, que seria o chefe deles.
Segundo as investigações, os policiais se passavam por empresários para negociar drogas com traficantes internacionais. Em um dos casos segundo a Polícia Federal, os policiais negociaram com um Boliviano conhecido como “Senhor das Armas”, tendo este apelido por ser conhecido como o maior fornecedor de armamentos a uma facção criminosa que atua em São Paulo.
O Senhor das Armas, teria ficado hospedado em uma casa no Guarujá, onde teria se comprometido a vender 700 quilos de cocaína para o grupo. Assim que pegaram parte da droga, os policiais corruptos se identificaram.
Na ocasião em vez de prender o boliviano em flagrante, são acusados de pedir propina para deixá-lo sair livre. Segundo uma testemunha, a propina deste acerto teria sido de R$ 2 milhões.
Com escutas telefônicas a PF acompanhou de perto a ação dos policiais. O delegado Roberto Boreli Zuzi, um dos responsáveis pelas investigações, afirmou que os policiais não trabalhavam com coisa pequena. São em média de 200, 300 quilos de cocaína em cada ação destes policiais, as quais teriam ocorrido por diversas vezes.
Entre as provas apreendidas, além da grande quantidade de drogas, dinheiro e dólares, os policiais também encontraram um vídeo, no qual aparece um traficante acorrentado e pedindo dinheiro para ser entregue aos policiais para ser posto em liberdade e também anotações com a divisão que deveria ser feita das drogas entre os policiais.
Nesta operação foram expedidos 19 mandados de prisão, sendo que três pessoas continuam foragidas, entras um empresário de Sorocaba.
O entorpecente adquirido pelos policiais servia como pagamento aos traficantes regionais e para comercialização do produto, abastecendo os locais de tráfico em São Paulo e região. Os policiais envolvidos no esquema estão suspensos e responderão pelos crimes de tráfico, associação ao tráfico, peculato - por ser funcionário público, corrupção, extorsão mediante sequestro e formação de quadrilha. A Polícia Federal estima que durante os últimos seis meses que a quadrilha de policiais agiu teria ficado de posse de cerca três toneladas de cocaína pura.

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Policiais rodoviários são presos por cobrança de propina em Minas


Os agentes trabalhavam nos postos de Caratinga e Realeza, na Zona da Mata de Minas. Além deles, um empresário e um caminhoneiro que pagavam propina aos policiais foram presos

Luana Cruz - http://www.em.com.br

Foram presos na manhã desta terça-feira quatro policiais rodoviários federais, um empresário e um caminhoneiro envolvidos num esquema de pagamento de propina na Região da Zona da Mata de Minas Gerais. Os policiais recebiam dinheiro para liberar veículos irregulares e deixar de autuar motoristas por crimes de trânsito nos postos de Caratinga e Realeza, localizados na BR-116.

As investigações começaram há um ano e meio, depois de uma denúncia da própria PRF aos agentes da Polícia Federal. As duas corporações trabalharam em conjunto nas apurações, que culminaram com a Operação Cerração montada nesta terça-feira para prender os suspeitos. Todos foram detidos em casa, em cumprimento de mandado de prisão, nas cidades de Caratinga, Manhuaçu, Medina, Santa Bárbara do Leste e Piedade de Caratinga.

De acordo com o delegado Cristiano Jomar Costa Campidelli, os policiais usavam o cargo público para obter vantagens. Eles exigiam dinheiro em troca de liberações para veículos irregulares nos postos, mas a polícia não divulgou os valores recebidos pelos agentes. O empresário preso é dono de uma transportadora e pagava aos policiais para que seus caminhões ficassem sempre impunes. Outro preso é um caminhoneiro que, de acordo com o delegado, era arregimentador de cargas, por isso negociava com os agentes nos postos da rodovia. 

Os policiais vão responder por corrução passiva e os outros dois presos por corrupção ativa. Segundo Campidelli, as penas para os crimes variam de 2 a 12 anos de prisão. Os policiais podem perder os cargos públicos em caso de condenação ou por meio de uma processo administrativa que foi aberto na corporação para apurar os crimes. A polícia não divulgou o local onde os presos estão acautelados.

domingo, 31 de março de 2013

Policiais de SP são acusados de tomar dinheiro e drogas de quadrilhas



Segundo investigações, acusado de ser um dos principais fornecedores de drogas e armamento para facção criminosa que age em São Paulo poderia estar na cadeia, mas policiais civis exigiram propina para não prendê-lo.


Em São Paulo, investigadores que deveriam reprimir o tráfico são acusados de atuar como bandidos e tomar dinheiro das quadrilhas.
O homem acorrentado que aparece no vídeo faz um apelo em espanhol. Diz que os sequestradores exigem cerca de R$ 600 mil para libertá-lo e que os parentes estão desesperados: “Minha família chora muito”.
A polícia encontrou o vídeo no celular do boliviano Heber Escalante, preso 20 dias atrás em Cáceres, Mato Grosso, quando tentava entrar no Brasil pela Bolívia.
O telefone também armazenava fotos, que mostram muita droga e armas potentes.
Acusado de ser um dos principais fornecedores de drogas e armamento para uma facção criminosa que age em São Paulo, o boliviano Escalante tem um apelido no mundo do crime: Senhor das Armas.
Segundo as investigações, ele poderia estar na cadeia desde outubro de 2012. Mas policiais civis de São Paulo exigiram propina para não prendê-lo.
‘Foi um golpe’, diz a Polícia Federal. E o esquema dos policiais bandidos, segundo a PF, funcionava assim: Alexandre Lages é investigador do Denarc, o Departamento de Combate ao Narcotráfico, em São Paulo. Ele é acusado de fazer parte de uma quadrilha formada por policiais unidos a traficantes. As investigações mostram que Alexandre se passava por empresário interessado em comprar drogas. E que criminosos, geralmente da Bolívia ou Colômbia, vinham ao Brasil fechar o negócio.
Heber Escalante, o Senhor das Armas, ficou hospedado em uma casa no Guarujá, litoral de São Paulo, onde teria se comprometido a vender 700 quilos de cocaína para o grupo.
Segundo a Polícia Federal, assim que pegaram parte da droga, os policiais corruptos se identificaram. E, em vez de prender o boliviano em flagrante, pediram propina para deixá-lo sair livre. Por telefone, uma mulher que diz ser testemunha do achaque conta o valor do acerto: “Eles fizeram acerto, de R$ 2 milhões. Ele não é empresário. É a Denarc”, diz.
Em fevereiro, a Polícia Federal acompanhou de perto outro golpe. Segundo as investigações, Alexandre Lages fingiu, de novo, ser comprador de cocaína. A entrega seria no estacionamento de um shopping, na capital paulista.
Imagens mostram quando policiais abordam os ocupantes de um carro. Em seguida, todos vão embora.
Um dos policiais é Glauco Fernandes, que trabalhava na delegacia de investigação sobre entorpecentes de Sorocaba, interior paulista. O outro se chama Gustavo Gomes, do Denarc de São Paulo.
Segundo as investigações, havia 50 quilos de cocaína em um carro e 218 quilos em mais dois veículos: 83 em um e 135 em outro.
Por telefone, Gustavo e Alexandre mencionam esses números.
Alexandre: O carro está com 1-3-5.
Gustavo: Eu sei. Tem esses 8-3 mais os 50 que já estão aí.
Alexandre: Certo.
Mas no boletim de ocorrência consta que foram apreendidos apenas 30 tijolos de cocaína, cerca de 38 quilos. O resto, diz a Polícia Federal, foi dividido entre policiais e traficantes da quadrilha.
Três pessoas que foram contratadas para guardar e levar a droga até eles acabaram presas. Mas, segundo a Polícia Federal, o mesmo não aconteceu com os donos da cocaína.
As investigações mostram que a droga pertencia a dois traficantes brasileiros, que caíram no golpe dos policiais. Os dois criminosos, diz a Polícia Federal, não foram presos porque também pagaram propina. O valor: R$ 500 mil. Eles ainda estão foragidos.
De acordo com as investigações, parte da droga negociada com esses dois traficantes e que não foi apresentada na delegacia foi localizada dois dias depois.
Eram 133 quilos, que estavam a caminho de Sorocaba. Na época da apreensão, em fevereiro, foram presos em flagrante os policiais Alexandre Lages, Glauco Fernandes e Michael Ruiz, também do Denarc.
Na tentativa de esconder outras provas do crime, Alexandre ligou para a mulher: “Abre meu cofre. Tira tudo que tem dentro, bota em uma sacola. Não queria saber o que tem porque isso não te interessa”, avisou.
A mulher do investigador obedeceu. Mas no mesmo dia, a Polícia Federal fez buscas e encontrou dólares e 175 quilos de cocaína dentro de sacolas que estavam no carro do casal e em um depósito do apartamento deles.
 
“Eles não trabalhavam com coisa pequena. Média de 200, 300 quilos de cocaína em cada situação dessa. Não foram uma ou duas não, foram várias”, declara Roberto Boreli Zuzi, delegado-chefe da Polícia Federal - Sorocaba.
Quarta passada (20), mais quatro policiais do Denarc foram presos, acusados de participar do golpe: Gustavo Gomes, Edson Melin e Mariano Pino são investigadores. André Souza é o chefe deles. Os quatro alegam inocência.
O advogado destes quatro policiais contesta as escutas telefônicas feitas pela Polícia Federal: “É fácil a gente falar se você pegar a parte editada da coisa. O Alexandre era um dos investigadores que trabalhava na delegacia. Qual o vínculo dele com os outros quatro? Eu não vejo. São coisas distintas”, diz Gilberto Vieira, advogado dos quatro policiais.
O Fantástico também procurou a defesa dos três policiais presos em fevereiro. Por telefone, o advogado de Alexandre Lages diz que o inquérito não foi concluído, que desconhece o teor completo da investigação e que, por isso, não vai se manifestar.
Já o de Glauco Fernandes afirmou que o policial é inocente e estava no exercício de suas funções, que é prender traficantes e apreender drogas.
O defensor de Michael Ruiz não foi localizado.
O advogado de Heber Escalante, o Senhor das Armas, disse que ele nega ser traficante e ter pago propina aos policiais. Alega ainda que o celular, com as fotos e o vídeo de um seqüestro, foi comprado de uma outra pessoa: “Existe uma espécie de mercado das pulgas, de compra e venda de usados. E ele não se deu conta que aquilo já existia no celular”, declara Hilton Tozetto.
“Ele realmente é um traficante, um vendedor de armas e aí é um outro ponto da investigação que vai ser levantado de agora em diante”, diz Roberto Boreli Zuzi, delegado-dhefe da Polícia Federal.
O vídeo já foi encaminhado à Interpol, a Organização Internacional de Polícia Criminal. E quanto aos sete policiais acusados de corrupção: “Esse grupo, realmente, está fora do mercado”, garante Roberto Boreli Zuzi, delegado-chefe da Polícia Federal.

quarta-feira, 20 de março de 2013

Após três anos de Lei que obriga o uso, ‘Big Brother’ da PM começa a funcionar: cem carros da corporação já testam câmeras que gravam a ação dos policiais 24 horas por dia


Beltrame mostra uma das câmeras

Rafael Soares - http://extra.globo.com

Já utilizada em larga escala por polícias de países europeus e dos Estados Unidos, a "espiadinha" também já chegou à PM do Rio. Desde janeiro, 100 viaturas dos batalhões de São Gonçalo e Niterói já circulam com câmeras, que registram ações policiais 24h por dia. Do batalhão, o comandante pode escolher entre assistir às operações ao vivo via 3G ou esperar o carro voltar à base e ver as imagens gravadas em alta definição.



O sistema, que vai chegar a todos os batalhões do estado e a 2 mil viaturas, custou R$ 18 milhões e é de última geração: grava em áudio e vídeo, mostra imagens noturnas e também registra a localização da viatura e a rota que traçou em um mapa. Todo o investimento tem uma justificativa: transparência.
— Não vai pairar dúvidas sobre o que acontece durante ações policiais — conta o secretário de Segurança José Mariano Beltrame, que, da sua sala, vai ter acesso a câmeras de qualquer viatura.
Apesar de 61 viaturas do 7º BPM, em São Gonçalo, e 38 do 12º BPM, em Niterói, já circularem com os kits de duas câmeras, antena de transmissão e um gravador, o sistema ainda está em fase de testes antes de ser replicado para outros batalhões.
— Ainda estamos vendo qual a melhor solução técnica para a transmissão ao vivo: ela trava muito. Outro problema é o armazenamento, que é caro. Cada batalhão só armazena dois meses de gravações. Vamos expandir isso para criar um banco de dados — explica Edval Novaes, subsecretário de Modernização Tecnológica.

Lei cobra filmagens
O uso de câmeras nas viaturas já é previsto por lei desde dezembro de 2010. Na ocasião, deputados aprovaram o Projeto de Lei 1.625-A/08, de Gilberto Palmares (PT), que obriga a instalação de câmeras nas viaturas da PM. Em sua sustentação do projeto, que havia sido vetado pelo governador Sérgio Cabral, ele afirmou que a lei evitaria "abusos de poder" por parte de policiais.
Além de serem exigência legal, as filmagens também serão utilizadas pela PM de forma didática:
— Pretendo usar as gravações como forma de demonstrar como queremos que se faça polícia, como estudo de caso. Na próxima formatura de policiais, imagens vão ser mostradas como exemplo de abordagem — afirma o comandante do 7º BPM (São Gonçalo), tenente-coronel Luiz Eduardo dos Santos.
Os próximos batalhões a receber a novidade serão Mesquita, Rocha Miranda e Irajá. Eles foram definidos pelo comando da corporação pela quantidade de ocorrências registradas.

Duas câmeras
Cada viatura vai circular com duas câmeras: uma no teto, voltada para a frente do veículo, e outra no painel, que mostra a movimentação dos policiais dentro do carro.

Áudio e vídeo
As câmeras gravam áudio e vídeo. As gravações, em alta qualidade, são armazenadas em um gravador dentro do veículo e são descarregadas, via wi-fi, quando o carro entra no batalhão. Cada unidade tem equipamento para armazenar 16 teras de memória.

Ações ao vivo
Quando o comandante do batalhão desejar, há a possibilidade de as imagens serem transmitidas dos carros em tempo real, via 3G. Nesse caso, a resolução da imagem não é tão boa.