segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Câmeras em viaturas poderiam inibir corrupção policial

Um dos PMs acusados de cobrar dinheiro para liberar o motorista que matou o músico Rafael Mascarenhas se apresentou à polícia no Rio de Janeiro. A família do atropelador diz que foi ameaçada pelos policiais. Veja a reportagem de Flávia Jannuzzi.
O cabo Marcelo Bigon já começou a cumprir prisão administrativa. O sargento Marcelo Leal ainda não se apresentou. Já o pedido de prisão preventiva, por 82 dias, feito pelo comandante-geral da Polícia Militar, foi negado. O juiz de plantão considerou as provas insuficientes para embasar a custódia dos policiais.
Na segunda-feira (26), o pedido será reencaminhado à Justiça. Os dois policiais são acusados de cobrar propina para liberar o atropelador do músico Rafael Mascarenhas, na última terça-feira (20).
O pai e o irmão de Rafael Bussamra disseram em depoimento que os PMs exigiram R$ 10 mil e que chegaram a pagar parte do dinheiro. Segundo o advogado da família Bussamra,o irmão mais velho de Rafael quis ir à delegacia, mas teria sido ameaçado.

“Eles falaram assim: ‘olha não dá mais pra fazer nada, já falei pro Batalhão, fiz um registro de que parei um carro que apenas apresentava uma mossa. Então, liberei porque não tinha nada de errado com o carro, então não posso voltar atrás nisso. Se forem pra delegacia, vão me ferrar e se me ferrarem,vou ferrar vocês’”, afirmou o advogado Spencer Levy.

Hoje, o governador Sérgio Cabral falou sobre o caso: “É marginal pior do que marginal. É bandido ao quadrado”.
Uma lei que não é cumprida pelo governo do estado poderia evitar casos de corrupção policial. Ela está em vigor há sete meses e determina a instalação de câmeras nos carros novos da polícia. E também nos antigos. Neles, o sistema deveria ser implantado de forma gradativa.
Nos carros da polícia, as câmeras seriam instaladas no vidro da frente. Além da imagem, o equipamento também grava o que se fala dentro do carro. E mesmo à noite, em ruas pouco iluminadas, a imagem é nítida e pode revelar algum tipo de conduta errada.
O empresário Márcio Carvalho forneceu equipamentos para testes que estão sendo feitos pela Polícia Militar do Rio e aguarda licitação.
“É muito mais uma prevenção e um inibidor de algum mau policial que venha a querer cometer alguma irregularidade”, diz Márcio.
O governo do Rio diz que não mandou instalar as câmeras porque considera a lei inconstitucional, já que ela não aponta a fonte de recursos para a aquisição dos equipamentos. Mas que nas próximas compras de carros para a PM, as câmeras serão item obrigatório.
Nota do Markos: Até agora, pouco se fala (e muito menos se vê) de tais cameras. Alô governador eleito, Sérgio Cabral, onde estão as providências?

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