domingo, 18 de novembro de 2012

Comandantes de unidades com PMs corruptos serão punidos no RJ


Motorista abre a carteira para pagar propina a policial (Foto: Polícia Militar/Divulgação)Policiais militares do BPRv abordavam motoristas e cobravam propina (Foto: Polícia Militar/Divulgação)
O recado foi dado: a partir de agora comandantes de companhias e chefes do setor de inteligência de batalhões que tenham em seus quadros policiais corruptos também serão punidos. A punição, segundo o comandante-geral da PM, coronel Erir Ribeiro Costa Filho, poderá ir da advertência à prisão. Em ação contra o recebimento de propina em estradas, oito policiais foram presos até as 13h30 desta quarta-feira (14).
"Estamos na rua 24 horas mas não é para roubar, é para dar segurança à população. Quando assumi o comando avisei que ia acabar com a corrupção. Os policiais estão sendo vigiados e quem não se comportar ou mudar  vai perder o emprego. O mundo mudou, o Brasil mudou e a PM também vai mudar. A gente quer uma PM seja  digna, respeitada e,num sonho, amada também", disse o comandante-geral, que desde que assumiu o comando da PM em setembro de 2011 já afastou 350 PMs, sendo 294 deles este ano.
A operação batizada de Mercúrio, realizada pela Corregedoria da Polícia Militar, a 7ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar, em conjunto com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público, em várias cidades do estado do Rio de Janeiro, começou por volta das 5h. Dos nove mandados de prisão contra policiais militares do Batalhão de Policiamento Rodoviário (BPRv), oito foram cumpridos.
Foram presos os sargentos Carlos José Estevam, Jefferson Barcelos, Marcelo Lourenço Brandão, Carlos Eduardo Rocha Aguiar, os cabos Edenilson Borges da Silva, Alex, Wermelinger, Josley Sebastian Sardela Antunes e o soldado André Luiz Brayner. Todos trabalhavam no Posto Teodoro de Oliveira, do BPRv, em Nova Friburgo, na Região Serrana. Eles vão responder por concussão e corrupção passiva. Pelo menos cinco motoristas que pagaram as propinas, vão responder por corrupção ativa na Promotoria de Nova Friburgo.
Policial receb propina de motorista (Foto: Polícia Militar/Divulgação)
Motorista abre a carteira para pagar propina a
policial militar (Foto: Polícia Militar/Divulgação)
Segundo o coronel Costa Filho, o comandante da companhia e o chefe de inteligência do setor também serão punidos.
Eles serão responsabilizados pelos atos de seus subordinados. As punições podem variar de advertência à prisão de 30 dias.
"Se a corrupção acontece e não é coibida é porque aquela unidade está sem comando. A inteligência tem de vigiar os policiais e o comando tem que ser informado sobre o que acontece na unidade. São não fizeram nada para acabar com esse esquema de corrupção, eles foram omissos", disse o coronel Erir Costa Filho.

De acordo com o promotor Décio Gomes, do Gaeco, os policiais estavam sendo investigados a cerca de dois meses. Eles cobravam propinas de motoristas que poderiam ter alguma irregularidade em seus carros. As propinas variavam de R$ 150 a R$ 10 e em alguns casos, segundo Gomes, os policiais pediam às vítimas que comprassem determinado produto e depois passavam nas lojas para pegar.

"Num dos casos, o PM pediu a propina e a vítima não tinha como pagar. Com medo de represália, por passar com frequência por aquele posto de policiamento, a vítima fez um depósito bancário em nome do policial corrupto", contou o promotor.
De acordo com informações da polícia, as ações ocorrem em cidades como Miracema e Carmo, na Região Serrana, e Cachoeiras de Macacu, nas Região das Baixadas Litorâneas.
Os presos foram encaminhados para a sede da Corregedoria da PM, em Neves, no município de São Gonçalo, Região Metropolitana do Rio, para passarem pelo exame de corpo de delito. Eles ficarão presos na Unidade Especial Prisional da PM, em Benfica, no subúrbio do Rio.
Fonte site http://g1.globo.com

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Delegado e seis inspetores são acusados de extorquir comerciantes em Magé (RJ)


 dos chefes do grupo criminoso

Rio -  Um delegado, seis inspetores e um homem que fingia ser policial foram denunciados por formação de quadrilha armada, concussão, corrupção passiva e usurpação de função pública pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ). O grupo era lotado na 66ª DP (Piabetá) e, segundo a denúncia, atuava exigindo dinheiro de comerciantes e prestadores de serviço da região de Magé, na Baixada Fluminense.
A cobrança de propinas do bando começou em fevereiro do ano passado, de acordo com as investigações, depois que um dos inspetores, ao ser transferido da delegacia, repassou o esquema a esses policiais.
De acordo com a denúncia, que teve por base inquérito policial conduzido pela Corregedoria Interna de Polícia Civil (Coinpol), o delegado Carlos Alberto Quelotti Villar, à época titular da 66ª DP, chefiava as ações criminosas dando ordens aos seus agentes policiais. Heldongil Azevedo Aleixo, conhecido como Cigano, descreve a denúncia, tinha livre acesso às dependências da delegacia e agia como se fosse policial, utilizando inclusive armas de fogo.
Segundo as investigações, na divisão de tarefas do grupo, Renato e Edmundo, lotados no Setor de Investigações, atuavam como homens de confiança do delegado, sendo responsáveis pela operacionalização do esquema de corrupção.
Cigano, segundo a denúncia, era o único do bando a manter contato pessoal com as vítimas, utilizando-se muitas vezes da arma para intimidá-las e cobrava as propinas mensalmente, com valores que variavam entre R$ 100 e R$ 400. Proprietários de ferros-velhos; depósitos de gás, lan houses e mototaxistas eram os alvos preferidos dos policiais de acordo com as investigações.  
PM exonera comandantes do 5º Batalhão e da UPP da Providência
O escândo envolvendo denúncia de pagamento de propina de R$ 75 por semana a policiais militares para fazerem vista grossa ao jogo do bicho no Centro e em São Cristóvão derrubou, no final da noite desta quarta, os comandantes da UPP da Providência, capitão Glauco Schorcht, e o do 5º BPM (Centro), coronel Amaury Simões. De acordo com as investigações, os agentes pertencem às duas unidades.
Para os seus lugares, foram designados o tenente-coronel Sidney Camargo de Melo para o 5º Batalhão e o capitão Felipe Lopes Magalhães, que chefiava a UPP Babilônia e Chapéu Mangueira desde junho de 2009.
Dezoito pessoas foram presas — entre elas, cinco policiais da ativa e quatro da reserva — na Operação Catedral, contra a contravenção. O delegado titular da 4ª DP (Praça da República), Henrique Pessoa, também foi afastado. A chefe da Polícia Civil, Martha Rocha, decidiu pelo afastamento de Pessoa após saber da prisão do chefe do grupo de Investigações Criminais da 4ª DP, Weber Santos de Oliveira, acusado de receber R$ 16 mil mensais para não reprimir criminosos e vazar informações sobre ações policiais contra o jogo.


domingo, 2 de setembro de 2012

RJ: PM exonera comandantes do 5º Batalhão e da UPP da Providência


Coronel Amaury Simões
Rio -  O escândalo envolvendo denúncia de pagamento de propina de R$ 75 por semana a policiais militares para fazerem vista grossa ao jogo do bicho no Centro e em São Cristóvão derrubou, no final da noite de ontem, os comandantes da UPP da Providência, capitão Glauco Schorcht, e o do 5º BPM (Centro), coronel Amaury Simões. De acordo com as investigações, os agentes pertencem às duas unidades.
Capitão Glauco Schorcht
Para os seus lugares, foram designados o tenente-coronel Sidney Camargo de Melo para o 5º Batalhão e o capitão Felipe Lopes Magalhães, que chefiava a UPP Babilônia e Chapéu Mangueira desde junho de 2009.

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

PMs são investigados sobre dinheiro roubado de restaurante na Tijuca


Corregedoria e Polícia Civil apuram destino de R$ 11 mil levados do estabelecimento. Vídeo amador que mostra momento em que mochila é retirada por policial é analisado

POR JOÃO ANTONIO BARROS - http://odia.ig.com.br
Rio -  O assalto ao Brasa Gourmet, há duas semanas, na Tijuca, deixou três mortos e uma dúvida que começa a ser esclarecida: onde foram parar os R$ 11 mil roubados do cofre do restaurante.

Imagens feitas por cinegrafista amador mostram o exato momento em que a mochila onde os ladrões transportavam o dinheiro recolhido dos cofres acaba nas mãos de policiais do 4º BPM (São Cristóvão). Os quatro agentes envolvidos na ação são investigados pela Corregedoria da PM e pela Polícia Civil.

A sequência de cenas registra a chegada da segunda equipe de policiais do 4º BPM ao Brasa Gourmet, na Rua Mariz e Barros, segundos após colegas de farda participarem da troca de tiros e perseguição aos assaltantes.

São três agentes, perfilados junto à parede do restaurante, que vão em apoio e têm a missão de verificar se ainda existem ladrões ou feridos dentro do comércio. Mas os PMs param na calçada, perto da porta e diante do corpo de Antônio Barbosa Rodrigues, o Ceará.

De camisa xadrez, ele é o assaltante que aparece nas imagens do circuito interno de TV do restaurante com a mochila nas mãos e recolhendo o dinheiro do cofre.
Veja o vídeo abaixo:
Foto: Reprodução de vídeo
 
Um dos PMs se abaixa e sai carregando uma mochila bem semelhante à usada pelos criminosos. Outro policial o acompanha.

Os dois policiaisseguem no sentido contrário à entrada do restaurante. É o local onde a equipe deixou a patrulha da PM ao chegar à ocorrência.

Menos de dois minutos após sair de cena, os dois PMs retornam ao cerco e entram no Brasa Gourmet. Mais policiais do batalhão chegam.

Dentro do comércio está morta Ivone Fernandes Mendonça, chefe da quadrilha. Outro ladrão, Reginaldo da Silva Cruz Neto, morreu no Largo da Ideia. Nenhum estava com o dinheiro.

Agentes e viatura identificados
Os quatro agentes envolvidos no suposto roubo a mochila dos bandidos foram identificados pela Corregedoria da PM. Com base na análise do vídeo, conseguiu-se inclusive chegar à patrulha usada pela equipe na operação.

A investigação é feita pelos agentes da 1ª Delegacia Policial Judiciária Militar (DPJM) e também pela 18ª DP (Praça da Bandeira).

Dois inquéritos foram abertos: um apura assalto, enquanto o outro analisa a ação dos PMs. No dia do crime, os únicos bens arrecadados no local pelos agentes e entregues na delegacia foram uma bolsa feminina e quatro armas.

Nos depoimentos, os funcionários relatam que somente dois homens pegaram na mochila durante o roubo: Antônio Rodrigues e Reginaldo Neto — os dois mortos na ação.

Mas as testemunhas asseguram que era Antônio o encarregado de levar a mochila. As gravações do circuito interno mostram que os dois assaltantes estavam armados e também que foram os últimos a deixar o escritório do restaurante.

As imagens do cinegrafista amador — cujo nome O DIA mantém em sigilo para preservar sua integridade — mostram também que os dois PMs, após se ‘desfazerem’ da mochila, retornam à cena pelo meio da rua até chegar ao restaurante.

A seguir, o cinegrafista filma os carros usados pelos policiais e o corpo do ladrão.

domingo, 10 de junho de 2012

Quando o policial se torna o ladrão - queixas de corrupção envolvendo policiais cresce 340% em SP



Número de queixas de corrupção envolvendo policiais cresce 340% em dez anos no Vale, diz ouvidorJOÃO PAULO SARDINHA / AGÊNCIA BOM DIA




Quando assumiu o comando da Polícia Civil no Estado, em janeiro do ano passado, o delegado-geral Marcos Carneiro Lima, 54 anos, prometeu tolerância zero à corrupção. O compromisso assumido no discurso de posse estava baseado em estatísticas. Denúncias de corrupção passiva contra as polícias Civil e Militar cresceram consideravelmente nos últimos dez anos, de acordo com dados da Ouvidoria da Polícia.
No Vale do Paraíba, o aumento de denúncias chega a 340%. Em 2001, dez policiais eram investigados por corrupção passiva. Uma década depois, esse número saltou para 44. São José dos Campos, Taubaté, Ubatuba e Campos do Jordão registraram queixas desse tipo em 2011. Denúncias de abuso de autoridade, homicídios praticados por policiais, tráfico de drogas e má qualidade no atendimento também cresceram neste período.
Todas essas denúncias são encaminhadas à Corregedoria de Polícia, que tem como missão investigar e, se possível, punir abusos administrativos cometidos por agentes de segurança. Os casos de corrupção, no entanto, são mais difíceis de serem apurados, principalmente porque o denunciante não se identifica. “Corrupção é difícil, porque é necessário provar o ato cometido pelo agente. Mesmo assim, nós abrimos o processo, notificamos o promotor e damos sequência à investigação”, disse o ouvidor Luiz Gonzaga Dantas.
De acordo com Frediano Teodoro, mestre em Direito Penal, as denúncias aumentaram porque o Estado ampliou os meios para que as denúncias fossem feitas. “A corrupção e os desvios de conduta passaram a ser atacados há pouco tempo. Há pouco mais de dez anos, por exemplo, não existia Corregedoria”, afirmou. “A Ouvidoria e a Corregedoria surgiram recentemente e tenho notado que, cada vez mais, as pessoas denunciam. O tempo passa e as pessoas denunciam mais. Sabem que têm a Corregedoria para pedir socorro”, afirmou.
Especialistas em segurança pública destacam que o combate à corrupção é um dos grandes desafios a serem enfrentados pela polícia. A corrupção, nas altas esferas, fragiliza o trabalho de toda a corporação. “A corrupção policial atinge o princípio da igualdade e da justiça, destrói a confiança dos cidadãos e deslegitima as instituições de segurança. Atinge diretamente o ideal da transparência pública e amedronta a cidadania, princípio fundamental da democracia”, diz Robson Sávio de Souza, professor da PUC-MG e membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. “A polícia está sucateada e isso facilita a corrupção. A remuneração dos policiais é baixa e, além disso, há uma sensação de impunidade. Uma punição imediata ao policial corrupto seria eficaz para mudar esse quadro”, completou Frediano Teodoro.
 
Caça-níqueis: caso ainda não foi julgado no Vale
Em novembro de 2003, uma grave denúncia de corrupção derrubou a cúpula da Polícia Civil no Vale. Policiais estariam envolvidos num esquema de corrupção que   arrecadaria até R$ 600 mil por mês e teria começado a operar em 2001. Para levar toda essa grana, o grupo permitiria o funcionamento de máquinas caça-níqueis no comércio de São José e Taubaté. Oito anos depois da denúncia do Ministério Público, peritos ainda analisam conversas telefônicas gravadas, com a autorização judicial, pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado).  São 250 horas de ligações interceptadas.
No esquema, os donos das máquinas  pagavam propina aos policiais, para que esses permitissem a livre exploração do jogo. Para identificar quem tinha pagado, os policiais colariam selos nas máquinas. Enquanto o caso não chega ao fim, uma parcela dos investigados segue em atividade, lotados em delegacias do Estado. O processo corre em segredo de Justiça. No mês passado, em Taubaté, nova suspeita de corrupção. Uma detenta denunciou um suposto esquema em que policiais civis receberiam propina do jogo do bicho e de caça-níqueis de Taubaté e Pinda. O suposto esquema também envolveria a manutenção de prostíbulos.
 
Número de policiais punidos também subiu
O número de policiais civis punidos em SP também cresceu. Subiu de 149 no biênio 2008 e 2009 para 330 em 2010 e 2011. No ranking das infrações mais cometidas o envolvimento com o crime organizado está no topo das exclusões. 

Em seguida, aparecem tráfico de drogas, corrupção e extorsão. Investigadores e delegados são os que mais cometem delitos. A PM informou que, embora tenha tornado mais rígida a seleção de novos integrantes, em média, 10% dos novos policiais apresentam algum problema de conduta a serviço do estado.
 
Uma quadrilha explodiu um caixa eletrônico na Univap (Universidade do Vale do Paraíba), no campus Urbanova,  zona oeste de São José. A ação aconteceu na madrugada de sexta-feira, às 2h. Segundo a PM, a quadrilha era formada por seis homens que renderam o segurança do campus e efetuaram o roubo.
Os assaltantes usaram explosivos na ação. Eles tentaram roubar dois caixas eletrônicos do banco Santander, mas conseguiram explodir apenas um caixa. A PM prendeu dois assaltantes, de 27 e 22 anos, que foram levados para o 8º DP (Distrito Policial) de São José.
Os jovens vão responder por roubo, formação de quadrilha e tentativa de homicídio. Os outros assaltantes não foram encontrados. A quantia roubada não foi informada. Segundo a PM, após roubar um dos caixas eletrônicos, os assaltantes usaram uma moto da empresa responsável pela segurança do campus para fugir. A polícia chegou à universidade ao receber uma denúncia anônima e fez um cerco em algumas rotas de fuga.
A moto foi achada na estrada municipal de Jaguari. Ao avistar a viatura, os assaltantes tentaram fugir por um brejo, mas foram presos. Os jovens dispararam seis tiros contra os policiais com um revólver calibre 38, que foi apreendido pela polícia.
Universidade /A  Univap disse que a universidade pediu para a empresa responsável pela segurança reforçar o número de vigias, principalmente no período noturno, para evitar os roubos.  Em abril, seis homens tentaram arrombar um caixa eletrônico no campus, mas não tiveram sucesso.

sábado, 18 de fevereiro de 2012

Corregedoria diz que festas em delegacia do PR eram frequentes

A investigação da Corregedoria da Polícia Civil sobre a festa que aconteceu em dezembro de 2011, na carceragem da Delegacia de Bandeirantes, no norte do Paraná, descobriu que as farras no local eram frequentes.
De acordo com a Corregedoria, a piscina que aparece nas imagens foi usada mais de uma vez. Um dos presos disse em depoimento que ela foi comprada pela filha dele. A mangueira que encheu a piscina também entrou clandestinamente na delegacia.
A corregedoria disse ainda que a festa mostrada nas imagens foi registrada na véspera do Natal. A cerveja que os presos consumiram entrou escondida em caixas de leite.
Agora, a Corregedoria quer desvendar se houve falha dos carcereiros durante a revista das visitas ou se houve facilitação para que todo o material pudesse entrar na cadeia. No dia 10 de fevereiro, o delegado responsável, Alessandro Roberto Luz, foi afastado do cargo pela Secretaria de Segurança Pública.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Presos fazem festa com direito a piscina em delegacia do Paraná


Fotos divulgadas nesta quinta-feira (8) mostram uma festa promovida por detentos da carceragem da Delegacia deBandeirantes, no norte do Paraná. A comemoração teve direito a churrasco, cerveja, celulares, aparelho de som e até uma piscina inflável, de 2 mil litros, que foi enchida com uma mangueira da própria delegacia.
Veja a reportagem do
ParanáTV 2ª edição, da RPC TV
As fotos foram feitas em dezembro de 2011. Segundo os registros da delegacia, dentre os presos que aparecem nas imagens, dois foram transferidos, um libertado e os outros permanecem na carceragem. Os homens respondem ou responderam a crimes como assassinato, roubo e tráfico de drogas.
O delegado responsável, Alessandro Luz, disse que não tinha conhecimento da festa. “Dá um certo constrangimento de ver uma imagem como essa num setor de carceragem”, comentou ele que também garantiu que irá abrir um inquérito para apurar possíveis falhas de conduta dos funcionários da delegacia.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Ações de milícias mancham imagem do Rio de Janeiro, que receberá a Copa e as Olimpíadas


Simon Romero e Taylor Barnes
Do New York Times, em Niterói (Rio)
Patrícia Acioli, uma juíza conhecida por prender policiais corruptos, encostou o carro na entrada de sua casa certa noite de agosto, nesta cidade do outro lado da Baía de Guanabara do Rio. Seus perseguidores chegaram ao mesmo tempo. Então eles realizaram seu trabalho, disparando 21 vezes, até o corpo dela ficar caído no assento de seu carro.

“Eu corri para fora após ouvir os disparos”, disse o filho dela, Mike Chagas, um estudante universitário de 20 anos. “Ninguém deveria ter a experiência de ver sua mãe morta a tiros na frente de casa.”

“Eu soube imediatamente que ela tinha sido morta por causa do trabalho dela”, ele disse.

Horas antes de ser morta, Acioli tinha emitido mandados de prisão para três policiais acusados de matar um jovem desarmado de 18 anos em uma favela, parte de um grupo de policiais sendo investigados pela formação de um esquadrão da morte. Os mesmos três seriam presos posteriormente por ligação com o assassinato dela, juntamente com oito outros da força policial.

O depoimento deles em um tribunal aqui, descrevendo em detalhes como seguiram Acioli e tramaram por meses a morte dela, revelou um aspecto perturbador do novo policiamento assertivo do Rio de Janeiro, a base de seus esforços para garantir a segurança da cidade antes de receber a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016.

As autoridades foram parabenizadas por retomar áreas sem lei dos narcotraficantes em várias favelas por toda a vasta área metropolitana de 11,8 milhões de habitantes. Mas a imagem de uma cidade em recuperação tem sido minada pelas ações de suas próprias forças de segurança, particularmente as milícias compostas por policiais do serviço ativo e aposentados, guardas de presídios e soldados.

Esses grupos funcionam como um braço criminoso do Estado. Segundo as investigações da Justiça, eles extorquem dinheiro de proteção dos moradores, operam transporte público ilegal, cobram comissões das vendas de imóveis, aplicam punições contra aqueles que cruzam o caminho deles e, mais alarmante, realizam execuções extrajudiciais.

Alba Zaluar, uma antropóloga da Universidade do Estado do Rio de Janeiro que estuda segurança pública, vê as milícias que exercem um papel paramilitar indo muito além da linha do policiamento legal. Seu poder está se expandindo, segundo a pesquisa que ela supervisiona, com 45% das favelas do Rio sob controle das milícias em 2010, em comparação a 12% em 2005.

“Eles estão invadindo, vigiando, comprando as favelas dos traficantes”, disse Zaluar.

Apesar da recente expansão vigorosa das milícias, seu poder em várias partes do Rio, especialmente no oeste da cidade, não é novo. Originalmente chamada de “polícia mineira”, uma menção às táticas agressivas de policiamento em Minas Gerais, as milícias atuam no Rio há três décadas.

Uma investigação legislativa de 2008 sobre as milícias do Rio levou à prisão de várias autoridades ligadas aos grupos, incluindo deputados, vereadores e comandantes da polícia. As milícias do Rio, juntamente com os esquadrões da morte formados por policiais do Estado vizinho de São Paulo, são responsáveis por centenas de assassinatos a cada ano e a impunidade nesses casos permanece a norma, segundo um relatório do Human Rights Watch de 2009.

As autoridades do Rio, incluindo Fábio Galvão, o subsecretário de Inteligência do Estado, dizem que estão cientes do problema, argumentando que à medida que as milícias começaram a crescer no meio da década passada, também cresceu o número de prisões de membros de milícias, de apenas cinco dessas prisões, em 2006, para 250 em 2009 e 143 em 2010.

Mas Galvão disse que o combate ao problema tem se tornado mais difícil devido ao crescimento das milícias e à capacidade de seus líderes presos de coordenarem as atividades mesmo atrás das grades.

Galvão disse que a grande expansão das milícias ocorreu há cerca de seis anos, antes de episódios marcantes como o assassinato de Acioli terem chamado a atenção da imprensa. “Um monstro estava crescendo”, ele disse. “Quando eles começaram a reagir, já era um grande negócio.”

Nos últimos meses, surgiram sinais de que as milícias estavam expandindo além de seus redutos no Rio. Uma reportagem do jornal “O Globo” descreveu como as milícias tinham se espalhado para 11 dos 26 Estados do Brasil, frequentemente conquistando os moradores com a morte de traficantes, antes de imporem seus próprios métodos de coerção e controle.

Galvão, o subsecretário de Inteligência, repetindo o que foi dito por acadêmicos que estudam as milícias, disse que apesar dos homicídios caírem nas áreas sob o controle das milícias, outros crimes, como espancamentos e estupros, frequentemente crescem.

O uso de tortura pelas milícias foi detalhado em um relato pungente no ano passado por Nilton Claudino, um ex-fotógrafo de um jornal do Rio, que foi descoberto com um repórter por uma milícia enquanto trabalhavam disfarçados no Jardim Batan, uma favela do Rio.

Ele descreve as sete horas de tortura, com métodos incluindo choques elétricos e sufocamento temporário com sacos plásticos. Ele disse que seus torturadores, de uma milícia chamada Águia, incluíam policiais. Ele posteriormente fugiu do Rio e atualmente está escondido.

“Um dos meus torturadores me disse: ‘Sua vida nunca mais será a mesma’”, escreveu Claudino no relato. “Ele tinha razão.”

Nem as autoridades e nem os pesquisadores têm estimativas confiáveis de quantos milicianos atuam no Rio, apesar de estimarem que o número ultrapasse em muito as centenas e talvez seja ainda maior.

O descaramento dos líderes das milícias, incluindo aqueles recentemente presos ou encarcerados, é notável. Ricardo Teixeira da Cruz, um líder de uma milícia chamada Liga da Justiça, teria no ano passado comandado seus subordinados da prisão. Outro líder da mesma milícia fugiu da prisão em setembro, um dia depois das autoridades terem desmantelado o grupo.

Durante um dia de depoimento em novembro no julgamento do caso Acioli, Claudio Luiz de Oliveira, um policial preso no caso e acusado de ordenar seu assassinato, sorria para os fotógrafos. Acioli investigava o envolvimento dele e de seus subordinados em dezenas de assassinatos, nos quais alegavam que as pessoas mortas tinham resistido à prisão.

Outros policiais presos no caso de Niterói descreveram como recorreram a uma milícia do outro lado da baía para executar o assassinato da juíza. Mas então os policiais, enfurecidos com os mandados de prisão expedidos contra eles, simplesmente optaram por matá-la eles mesmos. Os investigadores ainda estão tentando determinar se os assassinos dela pertenciam a uma milícia específica ou a um esquadrão da morte menos organizado.

“Eu me senti injustiçado e decidi executá-la”, disse Sérgio Costa, um de seus assassinos. Ele disse que usou duas armas na emboscada. “Como não sabia ao certo se ela estava morta, eu peguei outra arma e descarreguei nela.”

O ultraje tomou conta após o assassinato da juíza em agosto. Outros juízes falaram sobre ameaças de morte. Manifestantes criaram um memorial para a juíza em uma praia de Niterói, postando mensagens de pesar em uma árvore, incluindo uma com as palavras “guerreira contra a impunidade”.

Em dezembro, Djalma Beltrami, o novo comandante do batalhão da polícia que era investigado por Acioli, foi preso por acusações de corrupção. As autoridades o acusaram e a outros 10 policiais de terem recebido quase US$ 100 mil em propina dos narcotraficantes em uma favela não distante de onde Acioli foi morta.
Tradutor: George El Khouri Andolfato

domingo, 15 de janeiro de 2012

Campanha contra corrupção gera polêmica dentro dos quartéis da PM do RJ


Elis Carvalho - 
http://jornal.ofluminense.com.br
Cartazes fixados em batalhões e delegacias referentes à conduta e honestidade dos policiais são vistos por muitos como ofensa e propaganda parece fazer 'pré-julgamento'

Para reprimir a má conduta de PMs, a Associação dos Ativos, Inativos e Pensionistas das Polícias Militares (Assinap) lançou recentemente campanha que está gerando polêmica na corporação.
Cartazes com imagens ilustrativas de policias algemados diante de suas famílias, ao lado de frases como: “Você quer ser o herói ou a vergonha da sua família?”, estão sendo afixados nos corredores dos quartéis da corporação de todo o estado. Para muitos policiais a campanha parece fazer um pré-julgamento.
“Um longo processo ao longo de décadas levou nossa categoria à miséria e desvalorização tão grande, que muitos profissionais chegaram a situações vulneráveis de corrupção. Achei essa campanha infeliz e incorreta, além de autodestruir nossa imagem”, afirma o presidente da Associação de Praças da Polícia Militar, Vanderlei Ribeiro, acrescentando que antes de qualquer campanha, o PM deveria ser mais valorizado.
Um policial do 12º BPM (Niterói), que pediu para não ser identificado, alerta que a campanha pode ter resultado inverso. Ele teme que ela prejudique também a imagem dos PMs honestos.
“Sou policial há 30 anos e nunca me envolvi em nenhum caso de corrupção. Já conversei com diversos colegas de farda e todos pensam da mesma forma: essa campanha só irá nos afastar ainda mais da sociedade”.
O comandante geral da PM, coronel Erir Ribeiro Costa Filho, discorda que a campanha manche a imagem da corporação. Segundo ele, o fato dela envolver a família do policial é que faz com que se torne ainda mais eficaz. “O cartaz procura sensibilizar, através do seu bem maior que é a família, sobre a importância de se ter uma postura correta nesta e em qualquer outra profissão”, frisa.
O comandante do 12° BPM (Niterói), Wolney Dias, também acredita na eficácia da campanha. Ele lembra que “na década de 1980 o policial corrupto tinha sua farda rasgada por outros PMs, que em seguida viravam-se de costas, enquanto ele saía detido”. “A nova campanha foi bem-vinda e não é tão forte quanto esse episódio da nossa história”, compara.
O comandante interino do 7° BPM (São Gonçalo), Gilberto Tenreiro, ainda ressalta: “Mais fortes do que as imagens dos cartazes são as consequências do desvio de conduta de alguns PMs. Essa é uma campanha preventiva que deve ser apoiada por toda a corporação”.
Recentes casos motivaram campanha- Recentemente, casos de PMs envolvidos em escândalos de corrupção têm tomado os noticiários. Em setembro do ano passado, o procurador-geral de Justiça do Rio, Cláudio Lopes, anunciou os pedidos de afastamento cautelar de 34 PMs investigados pelos crimes de homicídio e formação de quadrilha na 4ª Vara Criminal de São Gonçalo, onde atuava a juíza Patrícia Acioli. Ela foi morta a tiros em agosto de 2011 e o crime foi atribuído a policiais.
Em dezembro de 2011, o então comandante do 7º BPM (São Gonçalo), tenente-coronel Djalma Beltrami, foi preso durante uma operação da Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo (DHNSG), batizada de Dezembro Negro.
De acordo com a polícia, ele é acusado de corrupção passiva, sendo suspeito de receber dinheiro de traficantes do Morro da Coruja, em São Gonçalo. Na ação, foram presos 11 PMs e sete traficantes. Posto em liberdade por outra decisão judicial, Beltrami voltou a ser preso esta semana, e solto de novo 30 horas depois.
Outdoors pelo estado
De acordo com o presidente da Assinap, Miguel Cordeiro, a campanha para reprimir a má conduta dos policiais militares, que recebeu o apoio do Governo do Estado e da própria Polícia Militar, será prolongada nos próximos meses, através de outras iniciativas.
“A ideia surgiu no final do ano passado após inúmeras notícias de policiais corruptos. No dia três de janeiro o primeiro cartaz foi colocado no Quartel General da Polícia Militar, no centro do Rio de Janeiro. De lá para cá, todos os quartéis estão recebendo os cartazes”, informou.
Segundo ele, o próximo passo será colocar essas imagens em outdoors espalhados pelo estado. “Já no mês que vem, uma propaganda, também falando sobre corrupção policial, será exibida em canais abertos, que ainda não definimos. Palestras sobre boa conduta nos quartéis também estão em nossos planos. Nossa intenção é atingir o policial para que futuramente sua imagem passe mais confiança à população”, adianta, argumentando que “a imagem do cartaz é forte, porém incomoda apenas os profissionais que apresentam desvio de conduta”.

O FLUMINENSE