domingo, 7 de abril de 2013

Polícia Federal prende quadrilha de policiais corruptos do Denarc de São Paulo


MARIA CLARA CUNHA CANTO

O mogimiriano Gustavo Gomes Pinto, que exerce a função de investigador de polícia em São Paulo, foi preso em uma operação desencadeada pela Polícia Federal, junto com mais três investigadores, no último dia 20.
O caso foi destaque na edição do Fantástico no último domingo, 24, e do Jornal Hoje, na segunda-feira, quando foi noticiada a investigação sobre uma quadrilha de policiais, em sua maioria do Denarc, que vinham tomando dinheiro e drogas de quadrilhas, principalmente criminosos da Bolívia e Colômbia.
Denominada Dark Side a operação, segundo a reportagem da Rede Globo, desencadeada pela Polícia Federal teve início há mais de seis meses, sendo que as primeiras prisões ocorreram no dia 16 de fevereiro, quando foram detidos os policiais Glauco Fernando Santos Fernandes - da polícia de Sorocaba; e Michael David Ruiz e Alexandre Lajes, do Denarc. Estas prisões ocorreram na Rodovia Castelo Branco no município de Jandira. Na ocasião também foram presos outros dois traficantes, Humberto Otávio Bozzola e Raimundo Nonato Ferreira, que seriam de Sorocaba, nesta ação da PF foram apreendido 133 quilos de cocaína. Ao serem parados por policiais rodoviários, os investigadores teriam dado versões divergentes.
No último dia 20, em uma grande operação para combater o tráfico de drogas, a Polícia Federal de Sorocaba prendeu os outros quatros policiais acusados de estar envolvidos com a quadrilha, entre eles o mogimiriano Gustavo Gomes Pinto, Edson Melin e Mariano Pino e André Souza, que seria o chefe deles.
Segundo as investigações, os policiais se passavam por empresários para negociar drogas com traficantes internacionais. Em um dos casos segundo a Polícia Federal, os policiais negociaram com um Boliviano conhecido como “Senhor das Armas”, tendo este apelido por ser conhecido como o maior fornecedor de armamentos a uma facção criminosa que atua em São Paulo.
O Senhor das Armas, teria ficado hospedado em uma casa no Guarujá, onde teria se comprometido a vender 700 quilos de cocaína para o grupo. Assim que pegaram parte da droga, os policiais corruptos se identificaram.
Na ocasião em vez de prender o boliviano em flagrante, são acusados de pedir propina para deixá-lo sair livre. Segundo uma testemunha, a propina deste acerto teria sido de R$ 2 milhões.
Com escutas telefônicas a PF acompanhou de perto a ação dos policiais. O delegado Roberto Boreli Zuzi, um dos responsáveis pelas investigações, afirmou que os policiais não trabalhavam com coisa pequena. São em média de 200, 300 quilos de cocaína em cada ação destes policiais, as quais teriam ocorrido por diversas vezes.
Entre as provas apreendidas, além da grande quantidade de drogas, dinheiro e dólares, os policiais também encontraram um vídeo, no qual aparece um traficante acorrentado e pedindo dinheiro para ser entregue aos policiais para ser posto em liberdade e também anotações com a divisão que deveria ser feita das drogas entre os policiais.
Nesta operação foram expedidos 19 mandados de prisão, sendo que três pessoas continuam foragidas, entras um empresário de Sorocaba.
O entorpecente adquirido pelos policiais servia como pagamento aos traficantes regionais e para comercialização do produto, abastecendo os locais de tráfico em São Paulo e região. Os policiais envolvidos no esquema estão suspensos e responderão pelos crimes de tráfico, associação ao tráfico, peculato - por ser funcionário público, corrupção, extorsão mediante sequestro e formação de quadrilha. A Polícia Federal estima que durante os últimos seis meses que a quadrilha de policiais agiu teria ficado de posse de cerca três toneladas de cocaína pura.

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