quarta-feira, 18 de maio de 2011

Corrupção policial, controle externo e diálogo

Chamar a atenção para corrupção policial, não é o mesmo que afirmar que toda a Polícia é corrupta


Ao comentar o relatório que analisou os ataques do PCC em São Paulo, em maio de 2006, apontei que a corrupção policial era diagnosticada como um dos elementos centrais na criação e fortalecimento da organização criminosa.
Esse é um tema igualmente antigo e delicado para o País. Seja porque segue sendo uma grande pedra no sapato das forças policiais, tanto civis quanto militares, seja porque é um ponto de conflito e cobrança – acertada - por parte da sociedade civil organizada.
No entanto, chamar a atenção para corrupção policial, não é o mesmo que afirmar que toda a Polícia é corrupta. Generalizações nunca são inteligentes e, hoje em dia, não acredito que possamos falar mais em uma única polícia, mas em muitas polícias no interior de uma mesma organização.
Assim, da mesma forma que há policiais corruptos, para quem a farda ou uniforme e a responsabilidade que vem com eles parece valer muito pouco, há um enorme contingente de policiais honestos, extremamente comprometidos com a sua profissão, com reflexões sofisticadas a respeito do ofício e da própria segurança pública, qualificados e defensores dos direitos humanos.
Portanto, além da população em geral, esses policiais são grandes vítimas dos seus colegas corruptos e, nesse sentido, deveriam ser os maiores interessados em combater os abusos e as práticas ilícitas no interior das polícias.
Mas essa não é uma tarefa fácil, tamanho o alcance e capilaridade dos esquemas de corrupção, mas também porque a própria polícia muitas vezes é refratária ao controle externo e à prestação de contas.
O tema da corrupção policial faz parte dos assuntos que serão tratados no V encontro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública que começa nesta sexta-feira em Brasília.

Criado em 2006, o Fórum se consolidou como um espaço de interlocução e formulação extremamente inovador. Num campo que carecia de aproximação entre sociedade civil e polícia, o Fórum foi capaz de reunir acadêmicos, representantes da sociedade civil e policiais em torno de um objetivo comum: debater e influenciar de maneira positiva as políticas de segurança pública do País. Fazem parte do Fórum ex-secretários nacionais de segurança, secretários estaduais e municipais, comandantes de forças policiais, estudiosos do tema, jornalistas e representantes de ONGs. As orientações políticas são as mais variadas, o que faz desse um espaço não neutro, mas realmente diverso.
A experiência do Fórum Brasileiro é uma boa ilustração da importância do diálogo permanente como ferramenta de aprimoramento das políticas de segurança pública.

Um comentário:

  1. eu acho que minas gerais é o estado mais corrupto do brasil sou mineiro e me envergonho disso

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